O 6º mês do calendário judaico bíblico é chamado de Elul (אֱלוּל), que começa no próximo Shabat, 15 agosto ao por do sol. Tradicionalmente, Rosh Chodesh Elul (lua nova do 6º mês bíblico) marca o início de uma “temporada de Teshuvá“, ou seja, os 40 dias que culminam no feriado solene do Yom Kipur. (23 de setembro 2015)
O nome Elul (אֱלוּל) foi “incorporado” pelos judeus depois do exílio na Babilônia, que originalmente veio a partir de uma palavra acadiana que significa ‘colheita’. Alguns comentaristas notaram que a palavra também pode vir a partir da raiz do verbo “buscar” em aramaico, implicando, assim, que este mês devemos ter um tempo de reflexões da alma, ou seja, “Cheshbon haNefesh” (חֶשְׁבּוֹן הַנֶּפֶשׁ).
É bem conhecido que do nome Elul (אֱלוּל) podemos ter um acrônimo para a frase “Ani L’Dodi V’dodi Li” – “Eu sou do meu amado e meu amado é meu”. (אֲנִי לְדוֹדִי וְדוֹדִי לִי ). Há outras alusões à palavra Elul (אֱלוּל) encontradas nas Escrituras. Por exemplo, em Deuteronômio 30:6 declara que D-us circuncidará o “seu coração, e o coração de tua descendência“, (em hebraico, אֶת לְבָבְךָ וְאֶת לְבַב) que podemos ter um acrônimo para a palavra Elul (אלול). Na verdade, a gematria é a mesma para a palavra hebraica “discernimento” (בִּינָה), insinuando Isaías 6:10: “Seu coração vai entender e ser curado”
O mês de Elul (אֱלוּל) é, portanto, um tempo reservado a cada ano para se preparar para os Yamim Nora’im, os “Dias de Reverência” (ימים נוראים). Durante esta temporada, fazemos um esforço adicional para uma reflexão, nos arrependermos, ou “focarmos [shuv] em direção a D-us”. “Ignore os erros dos outros e seus próprios pecados serão perdoados”. (Talmud; Tratado Rosh Hashaná; 17) A humildade é a raiz e o início da Teshuvá (arrependimento). (Rabi Bachia ibn Pakuda, livro ‘os Deveres do Coração’ pag. 2:125)
O Salmo 27 que é lido durante estes 40 dias contém uma esquisitice textual. Que muitas vezes, é traduzido: “A menos que creia que verei a bondade de Adonay na terra dos viventes” (Salmo 27:13). A palavra muitas vezes traduzida como “a menos que” é Lulei (לוּלֵא), que lida de trás pra frente soletra a palavra Elul (אלול). Isto é dito para sugerir que o livramento e salvação vêm pela fé que vê a bondade de D-us, o arrependimento (Teshuvá) é apenas realmente possível se acreditarmos na bondade e amor de D-us “na terra dos viventes”.
Na tradição judaica, estes 40 dias (15 de agosto a 23 de setembro 2015) são chamados de Yemei Ratzon (יְמֵי רָצוֹן) – “Dias de Favor”, desde que foi durante esse tempo que D-us perdoou a nação depois do pecado do Bezerro de Ouro (Pirke d’Reb Eliezar). Alguns dos nossos Sábios (וייז) comparam estes 40 dias ao número de dias necessários para o feto humano a ser formado no interior do útero…
Cada momento liminar, a cada ano, cada estação uma vez mais; não é sobre o que “era”, mas apenas sobre o que “é” – “o agora”. ‘Esta é a bênção’ – É a nossa bênção que temos estas palavras sagradas com as quais nos engajamos, a olhar a vida, a ver a através da vida. Agora de volta ao início novamente.
“Em uma noite escura deparei-me com um homem cego carregando uma tocha. Perguntei-lhe por que carregava uma tocha já que ele não podia ver. O cego respondeu: ‘Eu carrego essa luz para que as pessoas possam me ver” (Talmud).
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