תרי”ג מצוות
Taryag Mitzvot
Os 613 Mandamentos Divinos da Torá
Em hebraico a palavra Mitzvá significa mandamento de D-us, contido nas escrituras sagradas e Mitzvôt é o seu plural.
Embora esta palavra seja largamente usada pra referir também aos mandamentos das interpretações rabínicas tais como no Talmud, por exemplo: “é uma Mitzvá visitar um ente querido doente.”, mas em seu termo restrito ‘Mitzvá’ refere se aos mandamentos divinos dados por Adonai na sua Torá.
Tipos de Mitzvôt (mandamentos) de D-us na Torá
Na Torá está cheio de Mitzvôt (mandamentos) de um tipo ou de outro, o termo Mitzvôt é um termo geral usado para referir a todo tipo de mandamento dado por D-us na sua Torá.
As Mitzvôt (mandamentos) na Torá são claramente divididas em subcategorias por D-us. Estas subcategorias são: Chukim e Mishpatim (Deut. 4:5) e Eidot. (foi no 2° século que a igreja cristã dividiu, erroneamente, os mandamentos em “mandamentos morais” e “mandamentos cerimoniais” dos quais segundo esta doutrina os “mandamentos cerimoniais” não são mais validos).
Porém, segundo a Bíblia vemos as subcategorias dos mandamentos divididas em:
Chukim (singular: Chuk)
São estatutos e decretos divinos dados sem nenhuma razão aparente. Tais como um exemplo clássico o da “vaca vermelha” no qual segundo a tradição nem mesmo o Rei Salomão entendeu o porquê. Outro exemplo são as leis dietéticas tais como não comer carne de porco, camarão e etc. Outro exemplo são as leis de nidá (da pureza familiar), outro seria as leis de não ter roupa misturada com linho e algodão e etc.
Zot Chukat haTorá…(estes são os decretos da torá) – dos quais nós assim aceitamos como mandamentos que transcendem nossa habilidade de entender racionalmente o porque deles. E por isto que quando nos perguntam qual a razão de obedecermos estes mandamentos, respondemos que obedecemos simplesmente porque D-us disse para obedecemos, não precisamos de uma razão para isto. São perpétuos segundo a Torá.
Mishpatim (singular; Mishpat)
São leis (ou juízos) dadas por uma razão lógica com especificações claras. Um bom exemplo são os mandamentos de não assassinar, roubar, adulterar e etc. Estas Mitzvôt são inteiramente racionais e apelam para uma unidade ética (civil e moral) dentro de uma comunidade. São perpétuos segundo a Torá
Eidot (singular Ed)
São mandamentos (Mitzvôt) relacionados as comemorações cerimoniais, rituais ou representações de alguma coisa (são testemunhos); tais como as festas, colocar os Tefilim (filacterios), o Tzitzit (as franjas nas bordas das roupas), comer matzá (pão sem fermento) na páscoa, tocar o shofar, possuir mezuzá (as palavras no umbral das portas) e etc. Estas Mitzvôt dão testemunho ou mostram para o mundo o que somos.
Desde que as Eidot são cerimoniais, rituais, testemunhos ou simbolicamente representam alguma coisa, elas transitam entre os Chukim e Mishpatim (os estatutos e juízos). São perpétuos segundo a Torá.
O termo Mitzvôt engloba todos os Chukim (decretos) Mishpatim (juízos) e Eidot (testemunhos), e todos são de procedência divina dados por D-us através de sua palavra.
Alguns sábios rabinos judeus tentaram compilar todos os mandamentos contidos na Torá. Um destes rabinos que obteve o sucesso de descrever e contar todos os mandamentos (Mitzvôt) contidos na Torá foi Maimônides (Moshe ben Maimon) da Espanha, ele listou 613 mandamentos que está no seu trabalho conhecido como Mishnê Torá (pode ser encontrado nas livrarias) e ele dividiu estes 613 Mitzvôt(mandamentos) em 2 grupos básicos:
- 248 Mitzvá Aseh – mandamentos positivos (você deve…)
- 365 Mitzvá lô ta’aseh – mandamentos negativos (você não deve…)
Com a destruição do Beit HaMikadesh (Templo) no ano 70 DC, muitas destas 613 Mitzvôt (mandamentos) dadas por D-us, não podem ser mais observadas tais como: os sacrifícios, os dízimos, os rituais sacerdotais ou seja todo mandamento relacionado com o Templo e os sacerdotes não são mais observados porque o Templo não existe ou não foi reerguido (ainda).
Destes 613 mandamentos alguns só se aplicam para os homens outros só para as mulheres, outros só para os sacerdotes, outros só podem ser cumpridos na terra de Israel e etc. Nem todos 613 mandamentos divinos dados por D-us se aplicam a todo mundo como podemos ver. Todos eles estão válidos ainda nos dias de hoje, embora muitos deles não se possam cumprir por uma razão ou outra tais como as leis do Templo.
A HALACHÁ
A “lei Rabínica” ou as interpretações rabínicas da Torá (613 Miztvot)
Como um aditivo as Taryag Mitzvôt (613 mandamentos divinos), as interpretações e acréscimos rabínicos adicionaram inúmeras leis e regras, além de interpretações em cima das 613 Mitzvôt divinas.
Isto não significa necessariamente que foi algo ruim, tudo vai depender de como está halachá é aplicada pelo individuo. Halachá vem da raiz hebraica Halach que significa ‘andar’ ou ‘caminhar’. Mostra como o judeu deve ‘andar’ em sua vida aqui na terra.
A Halachá é subdividida em 3 grupos: Gezeirá, Takaná e Minhag.
Gezeirá: Cerca
É uma lei ou regra rabínica instituída para prevenir um individuo de transgredir a lei, e uma cerca envolta do mandamento para que o proteja de ser transgredido.
Um exemplo clássico: Na Torá há um mandamento em que se diz; não cozinhará o cabrito no leite da mãe, os rabinos estenderam este mandamento com “não comer nenhum tipo de carne misturado com laticínios“. Outro exemplo é: na Torá há a proibição de se trabalhar no shabat, os rabinos estenderam com a lei de “não se pode carregar nenhum instrumento de trabalho no shabat“, tal como não se pode usar uma caneta para escrever no shabat. E há muitas outras destas “cercas” na Halachá (leis rabínicas). Lembrando que isto não significa que seja ruim ou bom, tudo vai depender do individuo e sua fé.
Takaná: Plural Takanot – leis derivadas de interpretações
São leis e regras instituídas pelos rabinos que não derivam diretamente da Torá, mas vem às vezes da interpretação das mesmas. Um exemplo seria o “mandamento” de acender as velas ou luzes para o recebimento do Shabat. Ou a leitura publica na sinagoga da Torá (parashá e haftará) em cada segunda e quinta (alem do sábado), esta Takaná foi instituída por Ezra o Escriba (Esdras). Ou as mulheres casadas esconderem seus cabelos ou o homem usar a kipá e etc.
As Takanot podem ser variadas dependendo da região baseada na autoridade rabínica daquela região. Judeus askenazitas tem takanot que os judeus sefaraditas não aceitam e não seguem e vice versa. Lembrando, novamente, que isto não significa que seja ruim ou bom, tudo vai depender do individuo e sua fé.
Minhag: Plural Minhagim- Tradição, costumes.
São costumes e tradições aprovadas “rabinicamente” para a comunidade. Um bom exemplo é comer maçã com mel na festa de Rosh Hashaná, ritos de luto e etc. Os Minhagim podem ser variados, e são provenientes da onde a comunidade judaica pertence, tais como judeus de países árabes, judeus europeus alemães, italianos espanhóis, portugueses, russos ou da índia e etc. Lembrando que isto não significa que seja ruim ou bom, tudo vai depender do individuo e sua fé.
Palavras de Yêshua:
Livro de Yohanan
“Aquele que tem as minhas mitsvot [613 mandamentos] e as guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”
‘’Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda as suas mitsvot [613 preceitos que se encontram na Torá], é mentiroso, e nele não está a verdade;
Livro de Matitiyahu
Disse Yeshua: “Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim para abolir, mas para torná-los plenos. Amen! Por que vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar uma destas mitsvot [613 mandamentos], por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que as cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”
Livro das Revelaçoes
Disse Yeshua à Yohanan: “Benditos aqueles que cumprem as Suas mitsvot para que tenham autoridade sobre a Árvore das Vidas, e possam entrar na cidade pelas portas.”