Salmo 119:113

Salmo 119:113

Ambivalência significa querer duas coisas totalmente diferentes ao mesmo tempo ou querer e rejeitar as coisas ao mesmo tempo, e, por conseguinte, é um estado de conflito interior… Ser inconstante em todos os caminhos…
Quando nos sentimos puxado em duas direções diferentes ou temos sentimentos mistos e confusos, devemos nos fixar em D-us para encontrar ajuda.

סֵעֲפִים שָׂנֵאתִי וְתוֹרָתְךָ אָהָבְתִּי
Se’afim saneiti ve’Toratecha ahaviti
Odeio os que são inconstantes, mas amo a tua Torá.
(Salmo 119:113)
Observe que a palavra Se’afim (סֵעֲפִים) é traduzida no grego como παρανομους (paranomous) (na LXX – Septuaginta), que literalmente significa; “aquele que ficam razoando na Torá”, isto é, alguém que é rápido para se escusar das demandas e da verdade moral de D-us e de Sua vontade e autoridade contidas na Torá…

Algumas traduções traduzem esta palavra hebraica Se’afim (סֵעֲפִים) como “frívolo de espírito”, ou leviano, ou ‘pessoa vã’, embora a palavra hebraica venha de uma raiz (סעף), que significa dividir ou rachar, bifurcação, ou como os galhos de árvores balançam com o vento para lá e para cá (Tiago 1:8-9; 4:8; 1º Reis 18:21).

O contraste é entre ambivalência, ou sendo “uma alma dividida” (δίψυχος), e o desejo da verdade da Torá de D-us que une a alma. Para ser indiviso, sincero, puro de coração, e assim por diante, significa abominar todas as fantasias da imaginação ou do pensamento que nos levam para longe da Presença Divina. (2º Coríntios. 10:5, Hebreus 4:1).

Devemos levar nossa ambivalência ao S-nhor e pedir-lhe para preencher o vazio, para reforçar o nosso coração, para curar a divisão interior, e assim por diante. (Hebreus 4:16).

‘D-us não nos deu o espírito de temor, mas de poder (גְּבוּרָה / δύναμις) e de amor (ἀγάπη), e de uma ‘mente sã’ (σωφρονισμός), literalmente, uma ‘mente que está sendo curada da fragmentação’ (2º Timóteo 1:7). A palavra grega ‘mente sã’ (σωφρονισμός) vem do verbo Sodzo (σῴζω), que significa ‘ser poupado’, de Saos (σαος) ‘estar seguro’…

Onde está escrito; ‘lançando toda a vossa ansiedade (μέριμνα), porque ele tem cuidado de vós’ (1º Pedro 5:7), a palavra traduzida como ‘ansiedade’ (μέριμνα) vem de um verbo grego (μερίζω) que significa ‘alma fragmentada ou dividida, espalhada em partes’…

A nossa própria inclinação para o mal, isto é o Yetzer HaRá (carnalidade, obras da carne) precisa ser reconhecida para que possamos encontrar a paz interior …
Muitas vezes nossos verdadeiros motivos estão escondidos – até de nós mesmos – de modo que não temos consciência de como somos controlados por eles.

Por exemplo; ao nutrir fortemente um desejo de ser aceito ou encontrar aprovação e validação de outras pessoas, podemos perder de vista o próprio D-us (Gálatas 1:10).
O inimigo interno é geralmente escondido e é o mais perigoso, e precisamos de sabedoria especial de D-us para não sermos dominado pelo medo, raiva, e assim por diante. Tem sido dito que; “estamos tão doentes quanto os segredos que escondemos”, embora os segredos que escondemos de nós mesmos são certamente os mais perigosos.

Considere: ‘Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para beber, Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e Hashem recompensará você. ’ (Provérbios 25:21-22 ).

Alguns dos nossos sábios ensinavam que o ‘inimigo’ aqui se refere ao Yetzer HaRá – inclinação para o mal (carne, obras da carne), e que de forma proativa para atender o vazio interior e as carência que ás vezes sentimos -, alimentamo-nos com “pão da Torá” e “A água do Espírito” – para que possamos vencer o mal com o bem (Romanos 2:21).

Se nós sentirmos que estamos vazios ou algo está faltando, o Yetzer HaRá – inclinação para o mal (carne, obras da carne) vai se oferecer para preencher este vazio.
A única defesa contra o vazio interior é preencher com o Espírito de D-us. Estudemos a verdade das Escrituras, oraremos, temos que desenvolver Hakarat HaTov (gratidão), e realizar atos de Gemilut Chassidim (Gálatas 5:22:23). Superar o impulso mal com o bem.
Hashem (D-us) vai fazer com que o copo transborde na presença de seus inimigos (Salmo 23:5).
Assim está escrito: As Tuas Mitzvot (mandamentos) me tornam mais sábio que os meus inimigos, porquanto estão sempre comigo. (Salmo 119:98), significando que o Yetzer HaRá pode nos ensinar se nos submetermos à vontade de D-us … (Mateus 10:16).

A essência do pecado é a incredulidade. Que também é abandonar nossa confiança, nossa identidade, e nossa esperança como filhos amados de D-us. Como acreditamos é como nos comportamos, e como nos comportamos é como acreditamos… Por isso, um dos maiores pecados é esquecer a verdade de quem nós realmente somos. Um filho ou filha de D-us!

A grande tentação do pecado está enraizada na mentira de que somos pessoas indignas, que D-us realmente não nos ama (do jeito que nós somos), que D-us está desapontado conosco, e assim por diante. “Auto-rejeição é o maior inimigo da vida espiritual porque contradiz a voz sagrada que nos chama de “Amado”. Ser “o amado” constitui a verdade essencial de nossa existência.”

Em última análise o pecado seduz as pessoas a se destruírem, pois, antes de tudo procura negar, impugnar, e rejeitar o que é mais importante para a vida espiritual.
O ‘Mal’ tenta matar e destruir tudo o que precisamos para ser eternamente curados… E embora possamos querer escapar deste conflito (ou fingir que ele realmente não existe), a batalha contra o ‘mal’ e a maldade é intratável e real e deve estar completamente engajada até que a nossa redenção esteja completa (1º Pedro 5:8-9, Efésios 6:11-18; Romanos 13:12, 1º Tessalonicenses 5:8;. 2º Coríntios 10:4-5)..

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