A suma importância da tradição judaica – Torah Oral
Lembrando nossas raízes e a importância da tradição judaica…
Quão importantes são as nossas raízes judaicas e as raízes judaicas daqueles que crêem ser Jesus (Yeshua) o Cristo (O Messias)?
Quão importante é a nossa herança e tradição Judaica em relação à nossa compreensão dos caminhos de D-us?
Nossa porção da Torá chamada ‘BeHar – Levíticos 25:1–26:2’, da frase hebraica ‘BeHar Sinai’ (בְּהַר סִינַי) encontrada na abertura no verso.
Mas por que a palavra Sinai aparece em uma porção da Torá que discute leis sociais e agrícolas que deveriam ser praticadas ao entrarem na Terra Prometida (Eretz Israel)? O que têm a ver o assunto de ano sabático (Shemitá) com a revelação dada no Sinai?
Os nossos sábios da antiguidade dizem que o ano sabático foi mencionado em conexão com o Sinai para ensinar-nos que Moisés não recebeu apenas ‘os dez Mandamentos’ e a revelação do Tabernáculo no Sinai, mas também leis e mandamentos específicos tais as que regulam futuras práticas sociais e econômicas das pessoas.
A lei do ano sabático é um caso em apreço, uma vez que teria sido absurdo que uma lei que exigia dos agricultores abandonar suas práticas agrícolas uma vez a cada sete anos e a cada 7 anos sabáticos… (obs: o próximo ano sabático será em 2014). Note que pra cumprir tal lei o povo deveria ter uma plena confiança em D-us.
Quão importante é a antiga tradição judaica em nossas vidas?
Tão importante que poderíamos não entender nem mesmo a primeira palavra das Escrituras sem ela…
Há uma história que ilustra este principio.
Um Goy (Gentio) veio ao famoso Rabino Hillel (110 A/C–10 A/C) buscando converter ao judaísmo, mas foi muito incomodado com a idéia da tradição judaica (ou seja, os ensinos rabínicos e dos Sábios e etc.).
Embora ele aceitasse a idéia das Escrituras escritas, porem tinha rejeição a Escrita Oral, ou seja, a Tradição Oral.
Desde que este Goy (Gentio) não sabia como ler Hebraico, no entanto, o Rabino Hillel começou apontando para as letras hebraicas (nas quais as Escrituras foram originalmente escritas) na Torá para ensinar-lhe o alfabeto, dizendo: ‘Este é Alef… Isso é Beit… Este é o Gimel,’ e assim por diante, até que o Goy (Gentio) começasse a entender as letras das escrituras sagradas.
Depois disse: ‘Agora vêm amanhã e irei ensinar-lhe mais’.
No dia seguinte, Hillel apontado exatamente para as mesmas letras, mas inverteu seus nomes dizendo: ‘Esta é Gimel… é Alef… Esta é Beit,’ e assim por diante.
O Ger (Prosélito Gentio) ficou confuso e disse: ‘Mas ontem você disse exatamente o contrário!’
Então o Rabi Hillel respondeu: ‘sim… Agora você teve sua primeira lição. Você viu que a palavra escrita por si só é insuficiente, e temos a tradição oral para por em pratica – explicar a palavra de D-us’.
‘Outra maneira de mostrar este importante princípio; é dizer que a Torá (Escrituras) não foi revelada juntamente com um dicionário que define os significados das suas palavras ou as interpretações dos mandamentos…’
Tudo isto é dito para nos lembrar de que a transmissão da Torá de geração em geração demanda que nós confiemos.
Na verdade o forte conceito de “Torá” (ou Escritura Sagrada) está relacionado e agarrado com ‘confiança e Comunidade’… Isto é verdadeiro da tanto da Palavra Escrita (ou seja, confiando na tradição dos Escribas Judeus que preservaram as Escrituras (VT) para nós), bem como a Palavra Oral (ou seja, os costumes, interpretações, ‘o como fazer’, traduções, e a sabedoria que explicam os significados das próprias palavras).
‘Conhecimento’ tem sido definido como: “crença verdadeira justificada”, que implica que nunca pode haver conhecimento sem confiança.
É ridículo pensar que nós podemos interpretar as Escrituras em um vácuo – todos os escritos por nós mesmos, sem qualquer ajuda de outros… Temos que ser humildes e tornar-nos como “crianças em um colégio” para aprender com aqueles que vieram antes de nós, e é por isso que o valor judaico do Talmud e do principio Talmud Torá – ensinar as crianças as Palavras e os valores da Torá – é considerado como tão importante.
Como o próprio Talmud (Tradição Oral) coloca: “O mundo existe devido à respiração dos alunos que estudam a Torá” (Talmud – Tratado Shabat 119b).
Em Hebraico a palavra Chinuch (חִנּוּךְ) significa Educação, uma palavra que compartilha a mesma raiz da palavra Chanuká (חֲנֻכָּה, dedicação – João 10:22)
Ao contrário do ideal grego (mundial) que considera a Educação como “Elevação” (ou seja, sendo “levado fora” da caverna da ignorância ou Elevação Social em nos nossos dias), O Ideal judeu implica a dedicação a D-us e seus efeitos concretos sobre a terra.
Este ideal judeu vai além do processo de meramente transmitir informações, uma vez que a dedicação deve ser modelada (vivida) bem como intelectualmente ensinada.
O Rabino Maimônides (1135-1204 Espanha) observou que a palavra Hebraica chinuch (Educação) vem da descrição na Torá ‘de dedicar uma ferramenta para uso no Altar Santo’; ‘habilitando a ferramenta para seu trabalho’.
Em outras palavras, Educação é um processo de modelagem para o serviço de D-us neste mundo. Todos os outros tipos de conhecimento (áreas medicas, cientificas, matemáticas, filosóficas, artesanais e etc.) existem para esse propósito, o de Serviço a D-us e com razão para os judeus a Educação é uma forma de adoração a D-us.
Os Discípulos de Yeshua (Jesus) O Messias eram chamados Talmidim (תַּלְמִידִים)- uma palavra que vem de raiz hebraica lamad (לָמַד) que significa aprender (a palavra hebraica para professor é Melamad (מְלַמֵּד) da mesma raiz).
A Educação é, por conseguinte, fundamental para ser um discípulo do Messias e a grande Comissão é para cada um de nós, Compartilharmos seu ensino com outros (Mateus 28:19-20).
Principalmente porque aos judeus foram confiadas os oráculos de D-us. (Romanos 3:1-2)

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