Em nossa porção de leitura publica da Torá (Levitico 16:1–20:27) desta semana há um verso maravilhoso em Levítico 16:16, que afirma que Hashem (D-us) ‘permanece com eles no meio de suas impurezas’ (הַשּׁכֵן אִתָּם בְּתוֹךְ טֻמְאתָם). Mesmo que as pessoas não estivessem limpas (ie, contaminadas pelo pecado e Tumah), a Presença Divina (שכינה) não se removia dentre eles e os meios para a reconciliação eram fornecidos… o amor de D-us “não para por aí” (isto é, com um veredicto sobre a nossa condição pecadora),… mas vai além da ofensa e fornece a cura e a esperança.
 
O Messias ensinou: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mateus 18:20). Isso se expressa pela palavra hebraica para Amor (ie; Ahavah: אהבה), a gematria é 13, mas quando compartilhado com outra pessoa, é multiplicada: 13 x 2 = 26 – o mesmo valor para o nome de D-us (יהוה).
 
A Mitzvá (mandamento); ‘e amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (וְאָהַבְתָּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ), portanto, desperta no outro o mesmo tipo de amor por você – e o resultado será um “amor duplo” – ou o amor de D-us (אַהֲבַת הָאֱלהִים). Claro que isso não é fácil, mas imediatamente depois de dar a instrução, D-us declara: ‘Eu sou Adonay’ (אֲנִי יְהוָה), que os nossos sábios tradicionalmente ensinam que ao dizer, ‘Eu sou Adonay’ (אֲנִי יְהוָה), significa que D-us nos ajudará a cumprir este mandamento se tivermos o desejo de fazê-lo. ’ E diferente do conceito de amor em termos gregos, ocidentais ou mundial pós-moderno, no conceito bíblico o amor é atitude ou uma ação e não um estado emocional ou emotivo ou sentimental fraternal ou uma paixão, ou seja, amar o seu inimigo ou quem te detesta não significa “viver debaixo do mesmo teto” ou estender sentimentos fraternos por tal pessoa, e sim aplicar atos de justiça e bondade em relação a tal pessoa.  
 
Yeshua O Messias, Bendito seja o Teu Nome, advertiu sobre uma sociedade alienada e da decadência e perversidade moral que permearia a humanidade um pouco antes da hora do seu regresso:
 
‘Porque a ‘anomia’ {ou seja; ἀνομία, -α (‘não‘) + νομος (Torá)… atitudes ‘anti-Torá’ ou ‘não á Torá’} multiplicará’, disse ele; ‘e o amor de muitos esfriará (isto é; ψύχομαι, ‘será extinto‘)’ (Mateus 24:12).
 
Nota-se intimamente a ligação entre a Torá e o amor: o amor (Ahavah: אהבה) verdadeiro exige o respeito à instrução de D-us, pois sem isso à imagem de D-us fica desfigurada e profanada.
 
Da mesma forma o Emissário Paulo (השליח שאול) previu que o “Fim dos Dias” (אַחֲרִית הַיָּמִים) seria um tempo perigoso (καιροὶ χαλεποί), porque as pessoas tornar-se-iam cada vez mais narcisistas, egocêntricas, arrogantes, maledicentes, fúteis, apaixonadas por seu próprio senso de ‘auto-importância’, abusivas em relação aos outros, desrespeitosas aos mais velhos, ingratos, cruéis, sem autocontrole, falsos (2º Timoteo 3:1-4).
Portanto, à luz da guerra espiritual que se trava em torno de nós, é vital que continuemos firmemente enraizados no que é real, tomando conta da nossa identidade como de filhos de D-us. “Pois D-us (אלוהים) nos deu ‘sefirá’ de Guevurá(גְּבוּרָה / δύναμις) e de Chesed (ἀγάπη), e de uma mente sã (σωφρονισμός)”, isto é uma “mente sem fragmentação” (2º Timóteo 1:7).
O nome inefável de D-us, isto é IHVH (יהוה) significa; ‘Existente’, e nele vivemos nos movemos e temos nosso Ser (Atos 17:28, Salmo 90:1). Ele está tão perto como o nosso coração e a nossa própria respiração (Romanos 10:8)
 
Segundo a tradição judaica, o período de tempo imediatamente antes da chegada do Messias é às vezes chamado em aramaico de Ikvot Meshicha (עִקְּבוֹת מְשִׁיחַ), é o momento em que os ‘passos do Messias’ poderá ser ouvido.
Alguns dos “sinais” deste período incluem o surgimento de vários falsos profetas, inúmeras guerras e “rumores de guerras” (incluindo o surgimento de Magog),… e uma espécie de futilidade globalizada que é revelada em desenfreado egoísmo, ganância, falsa justiça, e uma falta geral de hakarat hatov (gratidão).
 
O maior sinal, no entanto, é que Israel vai existir mais uma vez como uma nação soberana, apesar do profetizado exílio entre as nações (Deut. 4:27-31;. Jeremias 30:1-3).
De acordo com alguns dos sábios (חכם), do 9º século nos escritos do Pirkei d’Rabi Eliezer;  prediz que, pouco antes da vinda do Messias, “Ismael” subirá no poder para aterrorizar o mundo.
 
De acordo com outro ensino, o Yalkut Shimoni, o rei da Pérsia (Irã) vai ‘ter uma arma que vai aterrorizar o mundo’. ‘A vinda “Messias do Mal (anticristo)” (cujo nome código é Armilus) em breve irá aparecer no palco do cenário mundial para oferecer uma mudança de melhoras’. Mas, quando disserem: ‘Paz e segurança’, então repentina destruição virá sobre eles, como vêm às dores de parto sobre a mulher grávida (tempo da angústia de Jacó), e eles não vão escapar (1º Tes. 5:03).
 
Nossa fé (Emuná) deve significar algo para nós, se é que queremos que ela tenha alguma significância diante de D-us… Como o Rabino Abraham Heschel (1907-1972 EUA) uma vez sabiamente ensinou: “D-us não tem nenhuma importância, a menos que ELE seja de suprema importância”. Da mesma forma o rei David (דוד המלך) disse: echat sha’alti me’et Adonay, Otah avakesh: “Uma coisa pedi ao S-nhor, que é o que eu vou buscar.” David pediu uma coisa, não muitas coisas. Ele não veio com uma ladainha de pedidos. Ele não era de duplo ânimo. David procurou o melhor que ele poderia encontrar. Ele queria a “pérola de grande valor”.
 
A coisa mais importante na vida é decidir o que é a coisa mais importante na vida – e então agir em conformidade. O tempo é curto para todos nós, e é mais vital do que nunca para encontrar a cura para nossas feridas. (Salmo 72:13)
 
 
Quando D-us disse: ‘Haja luz, e houve luz’ (Genesis 1:03), D-us parecia colocar a luz (Messias) como um manto de majestade e realeza Divina: Ele Se envolveu com brilho como um talit gadol … como está escrito em todas as Sinagogas sobre o Aron Hakodesh (Armário onde os rolos  de Torá são guardados no púlpito) – Da lifnei mi Atah Omed (דַּע לִפְנֵי מִי אַתָּה עוֹמֵד) isto é ; ‘Saiba diante de quem você está’.
Toda a Terra é iluminada com a Tiferet(תפארת) de D-us, e cada arbusto do campo verdadeiramente está em chamas diante de nós – se tivermos olhos para ver (Isaias 6:03).
 
Na Torá há a previsão que no “fim dos dias” ou “Final das Eras” (אַחֲרִית הַיָּמִים) iria ocorrer algum tempo após o retorno do povo judeu a partir de seu exílio nas varias nações da Terra para a terra de Israel (Deuteronômio 30:1-3), e de fato o tema do exílio (Galut) e retorno é repetido nos profetas (Jr 23:03; 32:37-38;. Ez 37:21, etc.)… Por isso, é certamente extraordinário que Israel renasceu como uma nação em sua antiga terra natal, a terra da Promessa, em 14 de maio de 1948 (Iyar 5, 5708), depois de quase 2000 anos de diáspora…
A existência do moderno Estado de Israel (מדינת ישראל) é totalmente consonante com as profecias do Novo Testamento (ברית חדשה) sobre a vinda do Messias, uma vez que Yeshua (ישוע) ensinou que o povo judeu estaria na terra de Israel como nação no tempo de sua segunda vinda, e que a cidade de Jerusalém (ירושלים) seria cercada pelos inimigos do Estado judeu (Mateus 24-25;. Marcos 13, Lucas 21)…  Além disso, se entendermos a “geração” por significar 70-80 anos de duração (como indicado no Salmo 90:10), então, quando Yeshua (Jesus) disse; “esta geração (ἡ γενεὰ αὕτη) não passará até que todas estas coisas aconteçam” (Mateus 24:34), Ele estava se referindo à geração que se origina com a restauração do Estado de Israel, o que implica, ainda, que 70 ª Semana de Daniel (ou seja, a Grande Tribulação) podem começar em breve, talvez dentro de 5-15 ou a 30 anos talvez…
 
Não podemos perder a visão teocrática de Zion (Sião) e negar as profecias do reino por vir em Jerusalém.
 
É interessante que os judeus ultraortodoxos que estudam os profetas hebreus (AT) compreendem a visão de Zion (Sião) e o Reino vindouro do Messias.
Só quem ‘alegoriza’ ou ‘espiritualiza’ radicalmente o significado claro das Escrituras (כתבי הקודש) ousaria negar o lugar de Israel no plano providencial de D-us para todas as Eras.
אין גאולה לגויים בלי גאולת ישראל
Não há redenção para as nações sem a redenção de Israel