Acharei Mot & Kedoshim (Levitico 16:1-20:27)…

Acharei Mot & Kedoshim (Levitico 16:1-20:27)…

Parashat Acharei Mot & Kedoshim (Levitico 16:1-20:27)
 
Esta semana temos mais uma “porção dobrada” da Torá para leitura pública em todas as Sinagogas: Acharei Mot e Kedoshim, ambas incidem sobre tema santidade. Em resposta à morte dos filhos de Arão (אהרון), por oferecer “fogo estranho” no Mishkan (Tabernáculo),
 
Acharei Mot (“após a morte”) explica o código de santidade para os Cohanim (sacerdotes) de Israel – e em particular dá as leis para o serviço de Yom Kipur. A Parashá Kedoshim, por outro lado, refere-se ao código de santidade para toda a congregação (קהילה) de Israel.
 
Considere; O primeiro ato de criação com o enunciado imperativo na Torá registra: ‘Haja luz’ (ie, yehi Ohr: יְהִי אוֹר), e então continua a dizer que ‘e D-us ‘separou’ (וַיַּבְדֵּל), a luz e as trevas (Genesis 1:3-4).
 
É esta ‘separação’, ou ‘distinção’, é o que é fundamental para o conceito de kedushá (קְדֻשָּׁה), ou seja, ‘santidade’.  A Santidade (קְדֻשָּׁה) também se expressa na distinção entre o tempo normal e o especial: ‘D-us abençoou o sétimo dia e o santificou (יְקַדֵּשׁ)… ’, (Genesis 2:03).
 
Portanto, é nos dito repetidamente para ‘distinguir entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo(Levitico 10:10). Note que a palavra traduzida como “distinguir” (וּלֲהַבְדִּיל) vem do mesmo verbo hebraico usado para descrever como D-us separou a luz das trevas. Para fazer isso, precisamos discernir (ou seja, biná: בִּינָה), ou a capacidade de distinguir entre (בֵּין) os ambitos da realidade. Como está escrito: “Sereis separados para mim, porque EU, Adonay, sou santo, e vos distingui (וָאַבְדִּל) dentre outros povos…(Levitico 20:26).
  
Não há outra maneira de abordar o tema ‘Santo, Separado, Especial (קדוש)’ além da consciência de Sua infinita glória e valor insuperável. Como O Santo (isto é, HaKadosh: הַקָּדוֹשׁ), Hashem (יהוה) é absolutamente único, indivisível, diferente, sagrado, e designado como O Único “de sua espécie”. Hashem (יהוה) é o único digno de verdadeiro culto e adoração, pois só Hashem (יהוה) é absolutamente inigualável, sem rival, e está em relação com o mundo como Criador, Redentor e Senhor. Para afirmar Hashem (יהוה) é Kadosh (santo) é ser consciente de que ELE é absolutamente sagrado, não há espaço fora de D-us. Portanto idolatria (עבודה זרה) também é suposição de qualquer coisa que seja independente DEle.
 
Considere; Ser ‘santo’ (קדוש) não significa ser hipócrita ou fazer ‘cara feia’ para o mundo e seus prazeres. Não tem nada a ver com a espiritualidade, ou ir para um retiro, ser bonzinho com as pessoas, ter medo de se tornar impuro… Não é entrar no estagio espiritual onde seu ego não existe mais, se isolando do mundo… Santidade tem ligação direta e irrefutável como discernirmos a realidade; o mal, o mundo que nos cerca e etc… não é uma ilusão: Matzá (pão sem fermento) é Matzá; Hametz (pão fermentado) é Hametz, Shabat é Shabat, Dias comuns são dias comuns, o limpo e o impuro o porco ainda será um animal impuro para o consumo queiramos ou não… e assim por diante. Quem estuda as Escrituras ou o misticismo judaico (Cabalá) e não consegue aceitar este paradoxo ou perde a razão ou perde a fé.  
Diferentemente do misticismo oriental e filosofias pós-modernas, o judaísmo (e a Bíblia) não afirma que o universo e o mundo a nossa volta é uma ilusão. O mundo a nossa volta é uma realidade. Se a vida fosse uma ilusão, não haveria diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, uma Mitzvá (Mandamento) e um pecado, o impuro e o limpo. Se, por exemplo, o alimento que ingerimos fosse uma ilusão dos sentidos, que diferença faria comer pão sem fermento (מצה) ou pão fermentado (חמץ) em Pessach (páscoa)? Portanto, discernir e separar e fundamental e irrefutável para a Santidade (קְדֻשָּׁה).  
 
De fato, os momentos mais sagrados são os de amor, alegria, paz, bem como tempos de luta, sofrimento, aflição e queda.
 
A kedushá (קְדֻשָּׁה), ou seja, ‘santidade’ é objetivamente ‘ontológica’, o que significa que tem a ver com a realidade… Uma pessoa pode ser santa e ainda por cima ser pecadora, pode ser santo e ainda se sentir perdida ou abandonada, sentir-se especial e ainda sentir-se um nada e etc. Por outro lado, uma pessoa pode ser aparentemente sem pecado, moralmente correta, estritamente religiosa e espiritual e ainda assim ser totalmente profana, impura e etc.
 
 
Em hebraico, a palavra ‘santidade’ é Kedushá (קְדֻשָׁה), a partir de uma raiz (קדשׁ), que significa santo ou ‘separado’ ou para uso especial. Outras palavras hebraicas que usam esta raiz incluem kadosh (קָדוֹשׁ, ‘sagrado’), kidush (קִדּוּש, santificando o shabat e as festas usando o vinho), Kadish (קַדִּישׁ, uma oração santificando o nome de D-us), kidushin (se separando para alguém – ‘casamento’), Mik’dash (מִקְדָּש, separando o lugar – ‘santuário’), e assim por diante.
 
Kadosh (קדשׁ) conota a esfera do sagrado (קָדוֹשׁ) que é radicalmente distinto de tudo o que comum, ordinário, banal, pecaminoso, profano… Como tal, HaKadosh: הַקָּדוֹשׁ(D-us) é sublime e elevado (Isaias 57:15), além de toda comparação e absolutamente único (Isaias 40:25), glorioso e maravilhoso (Salmo 99:3), De fato, a santidade é um sinônimo para o próprio D-us (HaKadosh Baruch HU – O Santo, bendito seja ELE).
 
Kadosh (קדשׁ) de fato são coisas escolhidas e favorecidas como do próprio D-us Considere: Seus sacerdotes cometem profanação contra a minha Torá (תורה)…; não fazem distinção entre o sagrado e o comum (בין קדשׂ לחל); ensinam que não existe nenhuma diferença entre o puro e o impuro (לא הבדילו ובין הטמא לטהור); e fecham os olhos quanto à guarda dos meus sábados (7º dia e festas), de maneira que sou desonrado no meio deles. (Ezequiel 22:26).
 
Há 3 Dimensões básicas de santidade, D-us mostra três dimensões de santidade. Estas três dimensões’ foram estabelecidas para sempre, indicados no Livro de Levitico. São elas:
 
Ser Humano (בן אדם) – Os capítulos 18-22 de Levitico cobrem o Ser Humano, separa-o para D-us, a fim de elevar o nível espiritual de todas as nações. O ponto focal do que significa santidade prática é indicado como o dever: ve’ahavta l’rei’achá kamocha (וְאָהַבְתָּ לְרֵעֲךָ כָּמוֹךָ) – “Amarás o teu próximo como a ti mesmo(Levítico 19:18)
 
Tempo (זמן) – O capítulo 23 de Levitico cobre o Tempo, separa de outros dias da semana para uma finalidade divina, a fim de para elevar o nível espiritual da semana inteira, ou o mês e o ano e anos.
 
Lugar (המקום) – Os capítulos 24-26 de Levitico cobre a terra ou o lugar, separa de todas as outras, como um lugar específico de D-us, a fim de influenciar e elevar o nível espiritual da área, que os cerca.
 
Exemplo de Yom Kipur
Levitico, capítulo 16 cobre o procedimento ritual da festa de Yom Kipur. O Sumo Sacerdote [Ser Humano] entra no Mishkan (Tabernáculo) ou no Templo [Lugar] em Shabat Shabaton ou em Yom Kipur [Tempo].
No fim de Yom Kipur [Mincha], Levitico 18:1-30 é lido para ser levado o resto no ano.
 
Hoje também nós (ser humano) sentamos nas nossas mesas (Lugar) para celebrar o Shabat (Tempo), temos ai as 3 dimensões de santificação e santidade, por outro lado também podemos ver; quando entramos nós (ser humano) na sinagoga ou em uma congregação (lugar) em um shabat ou festas do S-nhor (tempo) damos ofertas ou contribuições ou dízimos como queiram chamar (santificamos o Ser humano, pois usufruem da sinagoga ou congregação, santificamos o lugar pois instituições precisam de colaboração e santificamos o Tempo, pois shabat e festas são dias de alegria no S-nhor);  

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