Parashá ki tavo, (Deuteronômio 26:1-29:8)

Parashá ki tavo, (Deuteronômio 26:1-29:8)

Nossa porção da Torá, ki tavo, (Deuteronômio 26:1-29:8) desta semana explica a razão para o julgamento e exílio do povo judeu: “Uma vez que vocês não serviram com júbilo e alegria a Adonay, seu D-us, na época da prosperidade,… Portanto, servirão aos seus inimigos” (Deuteronômio 28:47).

Alguns dos nossos sábios não viam isso como; “não serviram com júbilo e alegria…”, mas sim como; “porque você não conseguiu servir a D-us – e isto se tornou a sua alegria.”

Em outras palavras, encontrar alegria e felicidade por não estar servindo a D-us é uma razão para o julgamento corretivo de D-us.

Ser feliz e alegre porque você está “livre” da Torá, ou considerando-a como um fardo e um estorvo, é um sinal de “problema espiritual”. Como Yeshua o Messias disse: ‘Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas: não vim abolir, mas para cumprir! Porque em verdade vos digo: até que os céus e a terra passem, nem um Yod, e nem um ‘til’ (קוֹצוֹ שֶׁל יוֹד), será invalido na Torah até que tudo seja cumprido. Portanto, aquele que relaxa (λύσῃ) em um dos menores destes mandamentos e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado o menor no reino dos céus, mas quem os pratica por menor que seja e ensiná-los aos outros será chamado grande no reino dos céus “(Mt 5:17-19).
Há de fato há Torá para um seguidor de Yeshua (Baruch Shemô)…

Moshe coloca doze grandes pedras e inscreve a Torá nelas em setenta línguas. Isso nos ensina que a Torá em qualquer língua é familiar, onde quer que qualquer judeu viva, deve levar a Torá com ele e as Mitzvot (mandamentos) devem ser praticados!

Na verdade, no livro de Josué (יהושע), vemos como a Torá foi inscrito em setenta línguas diferentes em 12 pedras na área de Gilgal, esta foi a primeira parada dos filhos de Israel na terra de Israel.

Na Haftorá (leitura dos profetas) desta semana vem do livro de Isaías, capítulo 60. Com o mês de Elul continua e é um momento para os judeus para fazerem Teshuvá e melhorar a si mesmos em todas as áreas necessárias da vida.

Considere isto: O que é “a maldição da Lei” da qual o Emissário Paulo (שליח פאולוס) estava falando em Gálatas? Examine alguns versículos das Escrituras, que emprega o termo ‘maldição’ em uma variedade de contextos, em Isaías 24:1-6: A terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem os ensinamentos, mudaram a Torá e quebram a aliança eterna (ברית עולם). Por isso a maldição devora a terra…
Por que o texto diz que a ‘maldição’ (singular) está devorando a terra, em vez um grande número de “maldições” (plural)? Será que D-us só está invocando uma maldição especial de uma longa lista de possíveis maldições? Não. Aqui está o porquê…. Vamos adicionar outro versículo que nos dá ainda outro contexto para entender o que o termo “a maldição” significa, e vamos encontrá-lo em Provérbios 3:33: ‘A maldição de Adonay está sobre a casa dos maléficos (בבית רשׂע), mas ele abençoa o lar dos justos (צדיקים יברך).’

A ‘maldição da Tora ou lei’ não é a mesma coisa que as várias maldições (punições) que se recebe por quebrar algumas de seus mandamentos.
O termo ‘maldição da lei’ significa a condenação final de D-us.

O que o Emissário Paulo (שליח פאולוס) quis dizer no terceiro capítulo de Gálatas que o Messias tornou-se “uma maldição” por nós não significa que agora há uma relação unilateral com Adonay, que nós, como crentes no Messias podemos só esperar e exigir ajuda e prosperidade de D-us, e nunca estamos sujeitos a qualquer disciplina e maldiçoes e punições… quando pecamos, rebelamos, e virar as costas para ele.

No Chamado “Novo Testamento”, a palavra grega metanoia (e seu verbo relacionado, metanao) é o termo mais comumente usado para expressar a idéia de “arrependimento”.

A palavra composta é formada por ‘μετα’ (depois, com) e ‘νοεω’ (pensar) e, geralmente, significa ‘mudar de idéia’ (na forma de substantivo) ou ‘pensar diferente’ ou ‘mudar a maneira de pensar’ (na forma verbal).

Desde que pode representar uma ‘reflexão tardia’ expressada emocionalmente sobre uma perda de algum tipo, metanoia é semelhante à idéia de nacham (נָחַם) nas Escrituras Hebraicas, que significa literalmente “suspirar (de pesar)”, como uma forma de expressar arrependimento ou consolo ou perplexidade.

A palavra grega strepho (στρέφω), como a palavra hebraica shuv (שׁוּב), significa ‘retornar’ a D-us em um sentido prático, isto é, através da realização de atos de contrição, bondade e justiça.

Em ambos os casos, no entanto, uma mudança de direção está implícita, e que a mudança finalmente começa com a forma como pensamos e o que consideramos como verdade. O arrependimento, portanto, envolve um pensar, uma nova maneira de ver a realidade…

‘Preparem o caminho de Adonay… (פנו דרך יהוה) ’ (Isaias 40:3)
Note que a palavra traduzida por ‘preparem’ (ie, Panu) vem de uma de raiz hebraica (פָּנָה), que significa voltar o rosto para alguém… A palavra hebraica panim (פָּנִים), ‘rosto’, vem da mesma raiz, como a palavra penimi (פְּנִימִי), ‘interior’, e a palavra penimiut (פְּנִימִיוּת), significando ‘intimidade’ ou ‘imanência’.
Isso sugere que devemos ir fundo em nossa própria alma, e ali, em nossos “lugares desertos”, encontraremos a Presença de D-us.

É na solidão do deserto – longe do barulho e distrações deste mundo caído, onde podemos focar nosso coração, confessar nossos erros, e expressar a nossa grande necessidade de D-us… Sermos honestos com nós mesmos faz de nós sermos Yashar (יָשַׁר) – corretos, e os caminhos tortuosos são feitos retos por D-us para sermos recebidos…
A palavra hebraica Mesilá (מְסִלָּה) faz alusão à escada (ie, Sulam: סֻלָּם) que Jacó (יעקב) viu no deserto, quando ele recebeu a bênção de D-us (Gn 28:12).
Uma vez que D-us nos considera responsáveis pelo nosso arrependimento e crer na verdade das boas novas (בְּשׂוֹרָה) – (Atos 17:30-31), isto pressupõe que é possível fazê-lo. E, de fato, D-us nos criou à Sua imagem, para que sejamos capazes de discernir a verdade.

D-us nos criou com um sentido lógico (racionalidade), bem como um sentido moral (consciência) para que possamos apreender a ordem e encontrar sentido no universo que Ele criou. Todo o nosso conhecimento pressupõe isso. Sempre que experimentamos qualquer coisa através de nossos sentidos, por exemplo, usar a lógica para categorizar e generalizar a partir do particular para o geral, e sempre que fazemos deduções em nosso pensamento (comparando termos, fazer inferências, e assim por diante), contamos com a lógica. Temos uma inata “bússola” intelectual e moral que nos aponta para D-us.

Uma vez que todos necessariamente devemos pensar, a fim de viver, devemos valorizar o pensamento. Isso deveria ser óbvio o suficiente, embora nós muitas vezes cometemos vários erros e equívocos, isto devido a desvalorização do esforço necessário para pensar cuidadosamente através de uma pergunta… “Muitas pessoas pensam que estão pensando quando estão meramente rearranjando seus preconceitos ou idéias já preconcebidas.”

Quando se trata de questões sobre das Besorá (boas novas), no entanto, tal descuido é censurável. Mais uma vez, D-us nos mantém responsáveis por aquilo que pensamos e acreditamos, especialmente quando se trata da realidade e da missão de Seu Filho, O Messias bendito.

A verdade sobre D-us está sempre disponível para os seres humanos, se estes estão dispostos a olhar para Ele. A Luz Divina que foi criada antes do sol e das estrelas representa a Presença imanente de D-us, que “ilumina” toda a criação e todos os mundos possíveis – incluindo nossas almas (Gn 1:3). O Universo está constantemente atestando a realidade da obra de D-us (Salmo 19:1, Romanos 1:19-20). Toda a criação “grita” que há só UM D-us (אלוהים אחד). Ate mesmo os bebes entendem isso.

Chegando perto de Rosh HaShaná considere isto… O mundo possui três características. Estas três definem tudo e todos. Estes três dígitos constituem a soma total de todos. Três definições no pensamento hebraico para um enigma Cósmico: “O que é três, mas é tudo?”.
Resposta: Espaço – מקום (Makom), Tempo- שנה (Shaná) e Alma- נפש (Nefesh) – como ensinado na Cabala. Há três tipos de santificação no pensamento bíblico, a saber, a santificação do Tempo, Lugar e Alma (o Ser Humano, nos mesmos)… a do tempo se dá nas grandes festas do S-nhor, tais como Shabat, Pessach e assim por diante…

Vamos considerar a dimensão do Tempo. O tempo não é o que é descrito pela posição dos ponteiros de um relógio. Os ponteiros de um relógio simplesmente descrevem o movimento relativo do Sol e da Terra. Tempo é uma declaração de mudanças. Nada fica estático. Tudo está em constante estado de fluxo e movimento. Daí o Tempo.

O movimento não é aleatório. Um ensinamento hassídico nos lembra: nem sequer uma folha de grama cresce sem que uma força Divina forneça sua mudança em curso, o que chamamos de crescimento.

Há uma grande modelo lá fora, para que toda a existência se inclina em sua direção, seja uma pedra, uma folha, um pássaro ou um elefante, ou um ser humano. Esta inclinação para o “Modelo” (isto é o Messias) é o que chamamos de mudança.

Yom Teruá, o 1º dia do 7º mês, o dia do Toque do Shofar, conhecido também como Rosh Hashaná 5/9/2013 (ano novo civil judaico) neste dia, surge um novo fluxo espiritual que muda a qualidade e o caráter do ano subseqüente…

Que seus nomes sejam inscritos no Livro da Vida (e no livro do Cordeiro)… k’tiva v’chatima tovah

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