Á Yosef é dada tanta proeminência nas Escrituras
Mais capítulos da Torá são dedicados à vida de Yosef (José) do que o relato da criação (הבריאה), a história de Adão e Eva (אדם וחווה), o dilúvio e Noé (מבול ונח), o chamado de Abrão (אברם) para a terra prometida, o nascimento milagroso e o (quase) sacrifício de Isaque, a nomeação de Jacó em Israel (ישראל), e assim por diante.
Á Yosef (José) é dada tanta proeminência nas Escrituras, porque a sua vida retrata tanto o Servo Sofredor (o primeiro advento do Messias) e Aquele que reina à direita do Alto Poder e proporciona salvação a Israel (segundo advento do Messias).
A vida de José (יוסף) fornece um “esboço profético” do Messias, Adoneinu, Aquele que é ao mesmo tempo Mashiach ben Yosef (מָשִׁיחַ בֶּן יוֹסֵף), “o Messias filho de José “, bem como Mashiach ben David (מָשִׁיחַ בֶּן דָוִד) , “o Messias, Filho de David”.
Da nossa porção da Torá desta semana (Vaieshev – Genesis 37:1 – 40:23), lemos: ‘Seus irmãos viram que seu pai o amava (אתו אהב) mais do que a todos os seus outros irmãos e odiaram-no (וישׁנאו אתו) e se tornaram incapazes de lhe falar amigavelmente.’ (Genesis 37:4) . Com a inveja e a má vontade e a racionalização com o amor do pai eles desprezaram o significado profético de José…
Os irmãos ficaram cegos por seu próprio senso inflado de auto-importância e sua própria desonestidade emocional. Em vez de dizerem: “Eu odeio José, porque o meu pai o ama mais do que eu”, os irmãos assumiram um falso motivo (como quase sempre acontece conosco), e disseram: “Eu odeio José, porque o meu pai o ama mais do que meus outros irmãos…”
Desta forma cada irmão poderia sentir-se ofendido pelos outros, minimizando seu próprio sentimento de desprezo e de autopiedade. Cada irmão sentiu-se magoado, mas nenhum deles teve a coragem de admitir, e o sentimento de desprezo pessoal foi então transformado em uma questão de buscar “justiça” pessoal.
A inveja é destrutiva e leva à derrota. José (יוסף) foi escolhido como uma criança especial de seu pai, porque Hashem (D-us) o escolheu para um propósito profético. ‘Os irmãos viram que seu pai o amava’ ou tinha o amor “dele”, ou seja, אתוֹ, (as letras hebraicas Alef – Tav com Vav no final… representando toda a palavra – início e fim com um gancho – Vav gravado no final)…
No Talmud se ensina que; ‘uma pessoa critica os outros acerca dos defeitos de sua própria personalidade’, e, portanto, a acusação dos irmãos que José (יוסף) era arrogante, presunçoso e falava demais revelou suas próprias atitudes interiores do coração.
‘… Erguendo os olhos, eis que viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Seus camelos estavam carregados de alcatira, de bálsamo e ládano que levavam para o Egito.’ (Genesis 37:25) .
Em relação a este versículo os nossos sábios (החכמים) perguntam por que na Torá inclui detalhes sobre a mercadoria da caravana, e inferirem que, enquanto D-us, no seu plano inescrutável, decretava que José (יוסף) seria realmente vendido como escravo, ELE, no entanto, deu-lhe uma medida de conforto durante a sua viajem para o Egito. Portanto, nós também confiamos que D-us conforta o nosso sofrimento nesta vida ou nos nossos desertos de acordo com a Sua vontade, com o “tempero das suas misericórdias (רחמים)”, e com o bálsamo de Galaad. (1 Coríntios. 10:13)

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