Mishpatim / משפטים (Êxodo 21:1-24:18 )
Parashá Mishpatim / משפטים (Êxodo 21:1-24:18 )
Este parashá, Mishpatim (“ordenanças, juízos”) está no nível literal concernente com o direito civil. É muito mais do que uma simples legislação. Porém deve-se notar que estes mandamentos (Mitzvot) vêm direto da base dos chamados “Dez Mandamentos” e as leis referentes ao altar (na porção anterior).
A lição aqui é simples, que para D-us não há nenhum aspecto da separação da ‘vida secular’ da “vida religiosa” na existência de uma pessoa. Toda forma de vivencia em nossas vidas é para ser um ato de elevação da justiça.
Não há divisão (no sentido de separação e / ou escolher e não escolher) na Torá entre os mandamentos chamados morais, civis e cerimoniais.
A Torá e uma só assim como D-us é um só. Devemos ter cuidado em tudo o que D-us tem dito (Êxodo 23:13).
Na Torá no que tange a idéia de seus mandamentos (Mitzvot) sendo eles compostos de: aqueles que significam uma relação especial com D-us, aqueles que não são compreendidos por nós, aqueles que existem para um grupo de pessoas ou para funcionamento de uma sociedade, aqueles que têm uma razão lógica (os chamados; Mishpatim).
Note que a razão da porção da Torá Mishpatim / משפטים (que contém mais mandamentos do que qualquer outra) ser colocada imediatamente após a revelação no Sinai, é para que possamos perceber que, assim como os “Dez Mandamentos” foram dados no Sinai, assim foram todos os outros mandamentos (מצוות). Isto inclui os mandamentos (Mitzvot) que aparecem ser “menos espirituais” – parecendo tão racionais quanto qualquer sistema governamental. O famoso comentarista Rashi (1040-1105 França) ensinou aquilo que todos devemos ver nesta porção que os 613 mandamentos (Mitzvot) da Torá são subcategorias dos “Dez Mandamentos” (עשר דברות).
O desejo de ‘trazer D-us em cada aspecto de nossas vidas’, e, portanto, ‘deixar-nos ser moldados à Sua imagem’ pode ser descrito em termos de ‘unificar o Nome de D-us’ (לשם יחוד קודשא) em nossas vidas. O que um dia vai ocorrer em um nível global (ie; Zacarias 14:9 – ‘naquele dia seu nome será UM’) é algo que podemos experimentar em um nível individual, trazendo D-us para até mesmo os aspectos mais mundanos da nossa existência. Isto é realizado através da aprendizagem da Torá em níveis cada vez mais profundos, o que nos permite “formar uma resposta da Torá” a tudo o que D-us coloca em nossas vidas.
Assim, o “ápice espiritual” do Monte Sinai, encontrado na parashá (porção) da semana passada é seguido pelos mandamentos “pé no chão, racionais, lidar com a realidade” desta semana. Saímos a partir do sublime mandamento ‘Não roubarás’,… para receber os mandamentos sobre como processar e punir um ladrão, ou um latrocida e assim por diante… (êxodo 21:12-20)
E isto atesta que a verdadeira espiritualidade não vem de uma vida monástica, ascética, em alguma montanha no Tibet ou uma caverna e fugindo dos prazeres das coisas e assim por diante. Devemos lidar com situações de todos os dias da nossa vida de tal forma que elevemos cada coisa ou ato a um estado “espiritual” e de justiça mais elevado.
Mesmo algo tão simples como tomar um pouco de vinho é trazido para um nível superior / mais profundo nas noites de sexta para receber o Shabat, onde um copo de vinho é levantado, e uma bênção, é feita para santificar o Shabat (sábado).
Devemos ser ‘praticantes da Palavra’ e não apenas ‘ouvintes da Palavra’.
Esta semana, está Parasha começa com as palavras: ‘Ve’elê há’mishpatim asher tasim le’feneihem’ (ואלה המשׂפטים אשׂר תשׁים לפניהם) – que pode ser traduzido: ‘Estes são os juízos que colocaras dentro deles. ’
Escritos hebraicos falam de ‘internalização’ e ‘absorvisão’ as Mitzvot (mandamentos) de D-us na Torá em nossos próprios ossos… nas nossas almas.
Esta mesma idéia é refletida nas palavras de Yeshua (Baruch Shemô), quando ele disse que devemos “comer sua carne e beber seu sangue” (João 6:22-58), tornando a Torá tal qual como o nosso próprio ser de carne e osso é. Ele veio para ensinar esses aspectos da Torá, ‘cumprindo a Torá’ (Mateus 5:17-21), o que significa ensiná-la corretamente, diligentemente e assim por diante, pois a Torá são as instruções vindas do próprio D-us. Ele criticou aqueles que não conseguiram perceber (e ensinar ), esta verdadeira dimensão interior da Torá (ou seja , Mateus 23:23-28).

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