Você deve tratar o Ger (הגר)
Você sabia que um das Mitzvot (mandamentos) mais frequentes é para o judeu a amar o Ger (הגר), ou seja, o prosélito ou o estrangeiro?
O mandamento (מצווה) é repetido em várias formas ao longo de 30 vezes nas Escrituras Sagradas ( כתבי הקודש), por exemplo ‘Amarás o teu próximo como a si mesmo’ (Levítico 19:18);… ‘Você deve tratar o Ger (estrangeiro) que caminha com vocês como nascido entre vocês, e vocês devem amá-lo como a si mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito… ’ (Levítico 19:34) ; ‘Maldito quem perverte a justiça, devido a pessoa ser um Ger (prosélito ou estrangeiro)’ (Deut. 24:19); ‘O Ger (prosélito) será como os bebês nascidos de Israel no meio de vós’ (Ez 47:22 e outros Êxodo 22:21, Deut. 10:19, Zacarias 7:10 e etc), e assim por diante .
É evidente que Hashem (D-us) não quer que as pessoas sintam ostracismo, excluídos, ou deixadas de fora… “Religião donas da verdade”, o tribalísmo, o preconceito, orgulho étnico, orgulho social e assim por diante, são um anátema para o Reino de D-us.
Na historia judaica sabemos que o rei David (דוד המלך) nasceu em Shavuot (pentecostes), a festa dos shtei halechem, os ‘dois pães, (fermentados)’ que profeticamente predizem do advento da “nova pessoa” (Efésios 2:14-22) e da misteriosa inclusão dos gentios (ou seja, cristãos) nas promessas das alianças de D-us (Efésios 12-22, 3:6). D-us mostrou sua grande compaixão para com gentios que estavam de fora da congregação de Israel, perdidos, aqueles que estavam sem herança e sem alianças neste mundo.
Justamente durante Shavuot é costume ler o Livro de Ruth (מגילת רות), que conta a história de amor que redime e o advento do rei David. Lembre-se que o Rei David era um descendente direto de Ruth, uma Moabita, uma gentia, que era uma estranha e alheia para as promessas e alianças de D-us (Rute 4:17).
Apesar de ser parte de um grupo étnico rejeitado para a congregação de Israel (ver; Deuteronômio 23:3), Ruth superou a demanda da lei por acreditar no amor e na aceitação de um redentor (גואל) de Israel (Rute 3:9).
O bisneto de Ruth foi chamado de David (דָוִד), que significa ‘amado, querido’, que tem o mesmo valor numérico que da palavra ‘mão’ (יָד) – Yad.
Não é de admirar que Adonay escolhesse David para representar a mão estendida do Seu amor para com o goy (o não judeu), também para o com Ger (o prosélito ao judaísmo), com o Judeu convertido, para o estranho as alianças, os cristãos, as nações, e os perdidos, uma vez que seu descendente Yeshua, baruch shemô, o Messias veio para amar e resgatar todo o mundo pela meio de sua mão estendida. ‘Bendito seja aquele que vem em nome de Adonay. ’
Em um nível um pouco mais profundo (cabalístico), a Mitzvá (mandamento) de ‘amar o estrangeiro’, se aplica não só para alguém a quem nós consideramos como um ‘estranho’, mas mais radicalmente ao “estranho dentro de nós mesmos”, ou seja, aos aspectos de nós mesmos, que censuramos, negamos ou rejeitamos. Pois, não podemos saber que somos amados incondicionalmente até nos aventuramos à divulgação deste “eu estranho”.
As partes de nós mesmos que ‘escondemos’ precisam ser trazidas à luz, curadas, e reconciliadas. Afinal, se não nos amamos e não nos aceitamos, então como podemos ter esperança de amar e aceitar os outros?
Em hebraico uma semana é chamada de shavu’a (שָׁבוּעַ), a partir da raiz hebraica sheva (שֶׁבַע), que significa sete.
Sete (שבע) é o número de santidade e da conclusão, e o primeiro verso da Torá tem sete palavras hebraicas (בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ).
Além disso, em seis dias (שישה ימים), ‘D-us criou os céus e a terra, mas no sétimo dia (יום השביעי) descansou e colocou-o à parte, como sagrado (ויקדשׂ אתו)’ (Gênesis 2:3).
A festa de Shavuot (שָׁבוּעוֹת), ou das ‘semanas’, marca o “ápice da Pessach”, que ocorre após contamos 7×7 (49) dias a partir do dia seguinte da Pessach (Páscoa) até chegarmos no 50º (que este ano começa terça-feira, 3 de junho ao pôr do sol ate 4 de junho -2014).
Desde que Shavuot ocorre no 50º dia após a Páscoa, os tradutores gregos da Torá chamaram-na de ‘Pentecostes’ (πεντηκοστή).
Shavuot marca o gol ou clímax da época da Pessach (Páscoa), comemorando tanto o aniversário da entrega da Torá no Monte Sinai, bem como a imersão dos Hassidei (seguidores) do Messias na Ruach HaKodesh (Espírito Santo) (Atos 1:8; 2:1-4).

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