Beleza sobre cinzas (אפר תחת פאר)

Beleza sobre cinzas (אפר תחת פאר)

Parashá Chukat (Números 19:1-22:1)

A palavra hebraica “Chok” significa um “decreto divino”, derivado de um verbo que significa “gravar” (חָקַק). Os sábios dizem que a palavra é dirigida por um desejo de fazer a vontade de D-us que “é gravada” sobre o coração ao invés de simplesmente ser entendido com o intelecto.

A primeira vez que a palavra “Chok” (חוֹק) aparece na Torá diz respeito à obediência da Emuná (fé) de Abraão como demonstrado pelo sacrifício de seu amado filho (Genesis 26:5), e pela segunda vez que aparece diz respeito ao sacrifício da Pessach (Páscoa): “Este dia deve ser para você um dia de ritual, e você deve mantê-lo como uma festa a Adonay; nas vossas gerações, como um decreto eterno (חֻקַּת עוֹלָם),…” (Êxodo 12:12-13)
Isto alude diretamente tanto a Akeidá (sacrifício de Isaque) e o sacrifício do cordeiro pascal, sua salvação (יְשׁוּעָה) e redenção, o decreto “Chok” (חוֹק) da nossa libertação, redenção está sendo gravado sobre nossos corações para sempre… Assim como o próprio D-us têm gravado a Zion sobre si, porque está escrito: “Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim.” (הֵן עַל-כַּפַּיִם חַקּתִיךְ) – Isaias 49:14-17..

As cinzas da novilha vermelha (פרה אדום) representavam a morte e o sacrifício de algo extremamente raro, valioso e precioso. As cinzas eram misturadas com “água correntes” (מַיִם חַיִּים) para revelar a verdade que, embora o fim de toda carne seja pó e cinza (עָפָר וָאֵפֶר), o Espírito (רוח) purifica e vivifica.

Na verdade a palavra cinzas (אֵפֶר) suas letras podem ser rearranjadas para soletrar tanto a palavra cura – Rafê (רַפֵא) e beleza – Pe’êr (פְאֵר), uma palavra que aparece quarenta e nove vezes denotando a beleza de algo.

Quem quer tenha sido autor original do livro de Hebreus (העבריים) argumenta a partir do principio ‘Chol ve’chomer’ (menor para o maior) de compreensão bíblica: Se a aspersão de água misturada com as cinzas de uma novilha vermelha chamada Mei Nidá (מֵי נִדָּה), purifica a pessoa da contaminação com um cadáver, quanto mais não o sangue do Messias purificar a alma dos atos que causam a morte? (Hebreus 9:13-14). Na verdade, por causa do sacrifício do Cordeiro de D-us aos todos os que choram em Zion (ציון) será dado “beleza por cinzas (אפר תחת פאר)”, o óleo da alegria em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado… Seremos chamados de “carvalhos de justiça (אילי הצדק)…” “Seus descendentes serão conhecidos entre as nações, e a sua prole entre os povos. Todos os que os virem reconhecerão que eles são um povo abençoado por Adonay”. (Isaias 61:1-11)

No hebraico há aqui um belo trocadilho, que não podem ser traduzido para a nossa língua; אפר תחת פאר – ‘Pe’êr tachat Efer’.

A palavra traduzida por “Beleza” isto é; Pe’êr (פאר) significa propriamente uma cabeça adornada com um turbante, tiara ou uma coroa; e a idéia é, que o Redentor (הגואל) iria transformar o luto como um ornamento, em vez de cinzas, que na dor eles estavam acostumados a colocar sobre suas cabeças. (Era comum entre os israelitas colocar sobre as suas cabeças pó e cinzas como expressão de sua dor)

Aspersão das cinzas da novilha vermelha (פרה אדומה‎; Pará Adumá) em uma pessoa profanada a purificava, capacitando-a a entrar no santuário, ou seja; A Redenção purifica a todos, mesmo aqueles que estão tecnicamente impuros. O profeta Ezequiel usou a analogia da novilha vermelha quando falava sobre a redenção final (גאולה הגדולה): “Aspergirei água pura sobre vocês e ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas…” (Ezequiel 36:25)

Uma pessoa deve ponderar quando foi a última vez que ela honestamente pensou sobre Mashiach (Messias, O Redentor), Bentito Seja o seu Nome, de uma forma pessoalmente significativa; que todos os itens acima seja realmente referindo-se a Ele e não a outra pessoa; que, através De Mashiach (המשיח), o Santo, Bendito seja Ele esteja prestes a trazer a redenção completa e o próprio Hashem, com Mashiach (המשיח), restaurara a Terra de Israel e o mundo!

Pensar assim nos levar a pensamentos de voltar a D-us. Através deste podemos trazer a Redenção Final (גאולה הגדולה) imediatamente, uma vez que estes pensamentos sinceros vão trazer-nos, e todo ao redor, o mérito aos olhos dos Céus, e assim precipitar a Redenção.

Se aceitarmos a nós mesmos para servir como “iluminadores”, para liderar e para iluminar todos os que nos rodeiam, em seguida, através da nossa vela brilhando, ou seja, as nossas boas obras as ‘Mitzvot (mandamentos) e à luz da Torá’, vamos dissipar as trevas do exílio do mundo e trazer a luz da Redenção.

Que nesta caminha tenhamos ‘Pe’êr tachat Efer – beleza sobre cinzas (אפר תחת פאר)’ (Isaias 61:1-11)

A “preocupação” é um lugar de exílio e ansiedades… Onde está escrito: “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” (1 Pedro 5:7), a palavra traduzida como “ansiedade” (μέριμνα) vem de um verbo (μερίζω) que significa ser fragmentado ou estar sendo dividido em partes e peças. O medo divide a alma e enfraquece a vontade de ser curado… de voltar a ser um todo.

Shabat Shalom

Nossa porção da Torá desta semana (Chukat) começa assim; Chukat zot haTorah (זאת חֻקַּת הַתּוֹרָה), “este é o decreto da Torá” (Num. 19:2).

A linguagem aqui é tanto impressionante como única, sugerindo que o que se segue é “o decreto seminal” de toda a Torá… Se pensarmos sobre o significado do decreto misterioso da novilha vermelha (Pará Adumá).

No entanto, percebemos que suas cinzas eram usadas para criar as “águas da separação” (ie; Mei Nidá: מֵי נִדָּה) para purificar as pessoas que tiveram contato com um morto (ou seja, a separação).

Para cumprir o decreto de D-us, no entanto, o amor sacrificial seria necessário, uma vez que o Sacerdote que oferecia este serviço tornava-se contaminado (separado) pela causa da cura dos outros …
A palavra hebraica para o amor é Ahavá (אַהֲבָה), a partir da raiz verbal (יָהַב) que significa “dar, doar.” Amar significa dar de si mesmo para beneficiar o outro. O decreto central da Torá, pois, vai além da nossa capacidade de compreender racionalmente.

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