A lição geral de Va'yigash (Gênesis 44:18-47:27 )
Parashá Va’yigash (Gênesis 44:18-47:27 )
No Pasuk (versículo) 18 vemos Judá falando com José que ele é “como Faraó”, o qual era considerado como um deus. Embora parecesse ser um grande elogio, é também possível que Judá estava dando um aviso para José, para não se colocar no lugar de D-us.
Um aspecto adicional a esse cenário envolve a realização do sonho de José ‘de seus irmãos curvando-se para ele’. Aquilo que foi determinado para ocorrer no reino celestial deve ocorrer em algum momento no reino físico da presente Era. (ou seja, o “Cordeiro que foi morto desde fundação do mundo” entrou no reino físico dentro do tempo da presente Era para morrer)
A lição geral da parashá e de tudo o que acontece a qualquer um de nós é falado por José (Genesis 45:5):
‘Mas agora não vos entristeçais nem vos aflijais por me terdes vendido para cá, porque foi para preservar vossas vidas que D-us me enviou adiante de vós’.
O que tinha sido visto como “ruim” por José, Jacó (e pelo menos alguns dos seus irmãos em algum ponto), era tudo ‘para o bem’. (Gam zu le´tová)
Como nos é ensinado pelo Emissário Paulo: ‘E nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio. ’ (Romanos 8:28). E assim também os nossos sábios: ‘Tudo está nas mãos dos Céus (D-us), exceto o temor aos Céus (D-us)’ (Talmud; Trat. Meguilá 25a)
Há uma outra lição a ser encontrada no Pasuk (versículo) 45:8: ‘Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, mas D-us, e Ele me estabeleceu como cabeça para o Faraó, como senhor de toda a sua casa, como governador de todas as regiões do Egito’. (Genesis 45:8)
A dura lição no versículo acima é que; ‘se D-us nos escolhe para alguma coisa, Ele fará o seu caminho se estamos prontos, dispostos e capazes, ou não’.
Como um rabino uma vez ensinou e falou sobre isso: ‘Todo judeu é uma importante peça de um quebra-cabeça que é incompleto, como uma peça que está faltando. Não importa quão pequena e aparentemente insignificante a peça parece ser para nós, que estamos aqui para servir o Klal (a totalidade do povo judeu, o grande Israel) – e a única questão que deve ser feita é:’ “queremos fazer isso de forma consciente, ou queremos ser apenas um peão no plano de D’us?”
Duas coisas que nos é dito no chamado “Novo Testamento” (ברית חדשה) são; Israel nacionalmente não reconheceu Yeshua como o Messias (ben Yosef) devido estarem espiritualmente cegos. Se Israel nacionalmente o recebesse como tal, a redenção (גאולה) final seria imediatamente trazida por D-us (ie; Atos 3).
O contexto judaico dessas duas idéias é encontrado em um texto do século 18, no livro Kol Hator (‘A Voz da rolinha’, – um termo sendo um nome para o Messias, como encontrado em Cantares de Salomão 2:12).
Este livro muito cabalístico foi escrito pelo Rabino Hillel Shklover, o sobrinho-neto e discípulo do famoso Gaon de Vilna (1138-1204). Em uma seção do livro Kol Hator lista 156 aspectos de Messias ben Yosef :
‘Yosef reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram – Este é um dos traços de Yosef, não só em sua própria geração, mas em todas as gerações, ou seja, que Mashiach ben Yosef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconheceram. Esta é a obra de Satanás, que esconde as características do Mashiach ben Yosef, de modo que os passos do Mashiach (Messias) não são reconhecidos e ainda são desprezados por causa de nossos muitos erros. Caso contrário, nossos problemas já teriam acabado. Israel (nós) devemos reconhecer Yosef , ou seja, os passos de Mashiach ben Yosef que é a reunião dos exilados e etc, assim, então nós já teríamos tido a redenção (geulá) com uma salvação completa’. (Livro Kol Hator,cap 2 nº 39)
Considere o seguinte: Em Genesis 45:22 vemos que José forneceu 300 peças de prata para Benjamin. Em estudos judaicos cabalísticos José está associado com o aspecto da sefirá conhecida como Yesod (Fundação). O nome de D-us associado com a sefirá Yesod é ‘Shaday’, que reflete a D-us como provedor. O atributo Shaday começa com a letra hebraica Shin, que é a letra vista na Mezuzá, o pequeno artefato colocamos nos umbrais da porta de nossas casas. O valor numérico da letra Shin é 300.
Nosso rabino, [O Gaon de Vilna] era envolvido extensivamente no estudo das qualidades da natureza e os estudos sobre a Terra, a fim de atingir a sabedoria da Torá, para santificar o nome de D-us entre as nações, e para trazer a redenção (גאולה) mais perto. Desde a sua juventude, ele manifestava sabedoria em sete ensinamentos. Ele também pediu e ordenou a seus discípulos para estudar o máximo possível dos sete ensinamentos terrenos, e que também era a fim de elevar a sabedoria de Israel de acordo com a sabedoria da Torá, aos olhos das nações, como está escrito: “para isso é a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos das nações.”
Com relação ao estudo dos sete ensinamentos, O Gaon de Vilna ensinava: ‘A revelação messiânica vem de mãos dadas com a revelação da sabedoria da Torá, e aparece por meio da divulgação da espiritualidade da Torá e da abertura dos sete ensinamentos’… Isto é o que se entende no Zohar (Zohar; Vaiyera;117), ‘que no ano de 1840 as portas da sabedoria iriam abrir a partir de Céus e as fontes da sabedoria terrena, com o início gradual da revelação messiânica’ .
Estudar as ciências (matemática, geologia, medicina, direito e etc.) e os sete ensinamentos auxilia na obtenção da sabedoria da Torá em seus segredos, eleva a sabedoria de Israel e da santificação do nome de D-us, aos olhos das nações, e traz a Geulá (redenção) para mais perto.
Para entender e atingir a sabedoria da Torá contida na luz superior da sabedoria, também é necessário estudar os sete ensinamentos ocultos no mundo físico, e o mundo da natureza.
Estes são os sete ensinamentos: – A sabedoria do cálculo, atributo e medida; – a sabedoria da criação e funcionamento; – a sabedoria da medicina e desenvolvimento; -a sabedoria da razão, da gramática e do direito; -a sabedoria da música e da santidade; – sabedoria da correção e integração; -a sabedoria entre a chuva e o vento, e as forças da mente. (Rabi Hillel Shklover; Kol Hataor)

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