No pensamento judaico, “abençoar” a D-us, é oferecendo os nossos agradecimentos, e, assim, a nossa consciência de vida é elevada e santificada.
O termo hebraico para a gratidão é Hakarat tová (הַכָּרַת טוֹבָה), uma frase que significa “reconhecer o bem feito à nós.”

O coração (sentimentos, pensamentos e emoções) olha através do olho, e, portanto, como escolhemos ver é uma decisão “espiritual”: Quando vemos, com razão, nós contemplamos o esplendor de D-us brilhando dentro de nós, mesmo no meio dos nossos assuntos cotidianos e as aflições e contratempos. Um coração agradecido está acordado à presença de D-us nas pequenas coisas da vida, esses pequenos milagres diários e glórias que nos rodeiam. Os bons olhos da fé vê inúmeras razões para abençoar a D-us pelo dom precioso da vida todos os dias …

O feriado americano de Ação de Graças (חַג הַהוֹדָיָה) certamente tem as suas raízes na tradição judaica de dar graças a D-us, e alguns historiadores acreditam que os “peregrinos” tiraram a idéia para o feriado de Ação de Graças da festa bíblica de Sukot (ie, “a festa dos Tabernáculos”).

É interessante notar que a palavra hebraica para “peru” é tarnegol hodu (תַּרְנְגוֹל הוֹדו), literalmente, “peru indiano”, que é muitas vezes abreviado para Hodu (הוֹדוּ). É uma feliz coincidência que eles escolheram habitualmente comer peru no dia de Ação de Graças, e isso nos faz lembrar das “graças” que devemos dar: “Dai graças (hodu) ao S-nhor porque ele é bom” (הוֹדוּ לַיהוָה כִּי-טוֹב), porque a sua graça dura para sempre. ”

Onde diz: “Adonay é o seu guarda; Adonay é a tua sombra à tua direita” (Salmo 121:5), note que a presença de D-us é comparada à sombra (צֵל) como alguém que anda de perto ao seu lado, segurando sua mão (Salmo 23:4). Sua “mão direita” (יְמִינֶךָ) refere-se a sua decisão de “ver o invisível” através da realização de atos de justiça neste mundo: a bênção de D-us é então lançada sobre tudo que você faz (Deut. 2:7; Sl 1:3).

Alguns dos nossos sábios (por exemplo, Baal Shem Tov, Ramban, etc.) ensinavam que “D-us é a sua sombra” (יְהוָה צִלְּךָ) sugere que ele reflete suas ações de volta para si mesmo. Para aquele que age com crueldade, vai ser mostrado crueldade; para aquele que mostra compaixão, vai ser mostrado compaixão, e assim por diante.

Assim como a sombra de uma pessoa vai seguir os seus movimentos, por isso D-us prosseguirá a alma. Esta idéia é, naturalmente, derivada das Escrituras – “de acordo com a sua fé seja feito a vós” (Marcos 9:29): (Salmo 18:25-26). Além disso, somos advertidos: “Não vos enganeis: de D-us não se zomba, por aquilo que semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7) : (Provérbios 3:34).

Felizmente, há o “remédio” para o tal “karma de reciprocidade” que pode ser anulado pela graça de D-us, para que a bênção imerecida seja conferida a alma que confia, apesar de seus muitos pecados (Habacuque 2:4; Gálatas 3:11, Salmo 103:10).