Beshalach – Todo-Poderoso realizou no Egito

Beshalach – Todo-Poderoso realizou no Egito

Parasha Beshalach (Êxodo 13:17-17:16)
Esta semana é Shabat Shirá (שבת שירה) o sábado da música (11/01/2014). Miriam (מרים) a irmã de Moises tocava música ao alcançaram terra seca. Então como agora, cada dia é uma libertação. Aprenda com Miriam: levantar a sua voz em sinal de gratidão e alegria.

Esta Parashá começa a próxima fase do processo redentor de Israel, onde fisicamente deixa o Egito (Mitzrayim “lugar de limitações”). Há muito mais nesta história do que uma questão moral básica de libertar escravos ou da servidão. Deve-se lembrar a totalidade do que Moisés dizia ao faraó em várias ocasiões: “Deixe ir o meu povo, para que me sirva”. A questão é ser livre da servidão do Egito e suas limitações para serem servos de D-us e as limitações de suas instruções na Torá…

Servir a D-us pode ser realizado de muitas maneiras, algumas envolvem um alto grau de desenvolvimento “espiritual” do que outros. Os filhos de Israel tinham um longo caminho a percorrer (“espiritualmente”) para se tornarem o que D-us planejou para eles. Deliberadamente a viagem em “círculos” da saída do Egito para a terra de Israel pode, assim, ser vista como mais do que uma perspectiva de uma viajem. A rota através do “deserto” proverbial fazia parte do plano de D-us e era destinado a testar e refinar-los – fazendo com que fossem dignos e capazes de servir a D-us no mais alto nível.

Em um comentário com uma interpretação de êxodo 13:17 na tradição judaica. Diz-se que houve uma tentativa de deixar o Egito, realizada em um momento anterior, liderada pela tribo de Efraim. Eles embarcaram levando consigo armas e dinheiro. Esse esforço foi um desastre. Os Efraimitas atacaram agricultores locais a fim de obter comida e foram, então, derrotados pelos habitantes locais, com apenas um pequeno número de sobreviventes regressaram. Isto pode ser visto como um exemplo do que pode acontecer quando se não está preparado para assumir uma batalha (“espiritual”). A força física (ou seja, armas e dinheiro) não é nenhuma indicação de status “espiritual”. (Salmo 20:7)

A inadequação “espiritual” do povo hebreu cresceu quanto mais tempo eles permaneciam como escravos no Egito. Diz-se que Israel havia alcançado os “49 de 50 portões” de impureza espiritual.
Voltando ao Faraó, vemos que mais uma vez ele perde e oportunidade de aprender e crescer. Depois de ter sido repreendido pelo Ribono shel Olam (D-us do Universo), ele se permite ser amargurado ao ponto da autodestruição. (De alguma forma ele se convence e seus soldados que a separação das águas é simplesmente um capricho da natureza.) Nós vemos a mesma situação se repete no livro do Apocalipse, onde as pessoas ainda ao perceber o julgamento caindo sobre eles, acham que e algo do capricho da natureza e não é por parte de D-us, recusam-se a arrepender-se .

Há vários conceitos ocultos interessantes encontrados em êxodo 14:1-7. Uma deles é sobre o nome ‘Baal Zefon’. Este é o nome de uma divindade egípcia, o único ídolo supostamente não destruído durante as pragas. Isso foi o que levou o faraó errar, acreditando que este último deus havia aprisionado os filhos de Israel. ‘Baal Zefon’ era um deus que os egípcios adoravam para invocar riquezas. Faraó tinha decidido que este deus triunfaria, pois como durante a praga da escuridão, os hebreus tinham despojado os egípcios de grande parte de suas riquezas materiais.

Outra, um ensino ainda mais profundo a respeito do texto de êxodo 14:7, e que parece redundante ao nível literal:

‘E pegou seiscentas carruagens escolhidas e todas as carruagens do Egito, e capitães sobre todas elas’. êxodo 14:7

Se Faraó pegou todas as carruagens do Egito, por que o texto menciona as seiscentas ‘escolhidas’ separadamente? No nível sod (oculto) não são carruagens físicas, mas um conjunto de “poderes espirituais” (rodas de fogo, potestades do Egito) que apoiavam o Egito, e que Faraó convocou para ajudá-lo.

Isso é comentado no Zohar (Zohar Shemot) que ensina que; “D-us prendeu os poderes das “forças espirituais” do Egito nas regiões celestiais, que enfraqueceu as forças abaixo”:

Soncino Zohar, Shemot, 30b; Essas obras poderosas, que o Todo-Poderoso realizou no Egito foram realizadas pelo poder de uma de suas mãos contra eles, tanto no alto (dimensões celestiais) e em baixo (terrena). Foi então que a sabedoria dos egípcios pereceu. Como as Escrituras dizem: “E a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá” (Isaías 29:14). Note ainda o pronunciamento: “E eu vou confundir o Egito com o Egito” (Isaías 19:2), isto é, o Egito celestial (as potestades do Egito) com o Egito terrestre. Pois as legiões celestes são responsáveis pelas terrestres, e ambas foram completamente jogadas em desordem e em confusão. Eles estavam confusos no celestial, de modo que os egípcios não podiam obter inspiração das fontes celestiais (suas potestades) como antigamente.

Avançando para o capítulo 15, chegamos à “Canção do Mar”. Esta ‘oração canção’ foi simultaneamente dita por Moisés e todos os filhos de Israel – isso, claro, sendo um milagre em si. A definição de uma “música” na Torá é “um fenômeno “espiritual” profundo e incomum.”

Neste momento a tempo, diz-se que até mesmo o “menor” (bebês) dos judeus tiveram maior grau de revelação do que a de Ezequiel ou Daniel com suas visões celestiais. Tudo o que tinha ocorrido com eles passou a ser visto como parte do plano perfeito de D-us.

Em Êxodo 17:8 – ‘Então veio Amalek, e guerreou contra Israel em Refidim’. Israel continuou a mostrar dúvida sobre D-us e Moisés como seu enviado (השליח). Um resultado direto disso é o ataque dos amalekitas. A gematria (valor numérico) para a palavra ‘dúvida’ (em hebraico: ספק – Sufek) e ‘Amalek’ (עמלק) ambas são 240.

Dois comentários sobre o papel dos amalekitas segue:

Midrash Rabá – Números 19:20 – Os amalekitas foram sempre uma cinta de castigo para Israel. Você vê que; assim que eles disseram: ‘Está Adonay no meio de nós?’ (Êxodo 17:7), veio Amalek (ib. 8). Quando eles disseram uns aos outros: ‘Vamos colocar um líder, e voltemos para o Egito’ (Nm 14:4), seguido de; ‘os Amalakitas e os cananeus desceram’… (Nm 14:45).

Soncino Zohar, Shemot, Seção 2, página 65b – 66a – Quando um jovem que vive à vontade na casa de seu pai começa a fazer todos os tipos de queixas e demandas, dizendo: “Eu quero isso, e eu não quero aquilo”, ele atribui a si mesmo um ‘grave mal’, e ele vai ser punido tanto neste mundo e no mundo vindouro. Quanto a tal caso, o rei Salomão disse: “Há um grave mal…: riquezas foram guardadas por seu dono para o seu próprio dano;” Tal foi o caso dos israelitas: O Santo, bendito seja Ele (הקדוש ברוך הוא), levou-os sobre asas de águias, rodeou-os com as nuvens da glória, estabeleceu a Shechiná (השכינה) adiante deles, os deu maná para comer, e água doce para beber, e ainda assim eles se queixaram! Por isso, “e os amalekitas vieram.”

Embora Israel derrotasse os Amalekitas, nesta batalha particular, a guerra com a “dúvida” (e fisicamente com os amalekitas), continua através dos tempos, por causa disto nos é dito:

Porque ele disse: ‘Adonay fará guerra contra os amalekitas de geração em geração’. Êxodo 17:16

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