Gratidão – Hakará Tová (הַכָּרַת טוֹבָה)

Gratidão – Hakará Tová (הַכָּרַת טוֹבָה)

Aprendemos que Moisés consagrou o Mishkan (Tabernáculo) em Rosh Hodashim, o primeiro dia do primeiro mês do segundo ano, desde a saída do Egito (Êxodo 40:17). Nota-se que esta data (ou seja, 1º Nisan) marca o início do ano bíblico religioso e o mês da redenção (ver Ex. 12: 1-12). Por conseguinte, o calendário da Torá começa com o sacrifício central do Tabernáculo, ou seja, o sacrifício diário (isto é, Korban Tamid: קָרְבַּן תָּמִיד) o cordeiro que era oferecido com pão ázimo e vinho. D-us o chama de ‘meu sacrifício, e meu pão…’ (veja Números 28:1-8).

Um verso da nossa porção da Torá desta semana sugere que devemos recitar pelo menos “100 bênçãos por dia”: ‘… para cem bases eram cem talentos, um talento para cada base. (Êxodo 38:27)’.

Os ensinamentos do Gerer Rebe (1798–1866 Polônia), diziam; “Assim como uma centena de soquetes serviu como base para o santuário, assim as bênçãos diárias representam a fundação da alma em santidade.”

No pensamento judaico, “abençoar” a D-us, e quando oferecemos os nossos agradecimentos (1º Tessalonicenses 5:18), e, assim, a nossa consciência de vida é elevada e santificada.
O termo hebraico para a gratidão é Hakará Tová (הַכָּרַת טוֹבָה), uma frase que significa “reconhecer o bem”, O coração olha através dos olhos, e, portanto, como escolhemos ver é uma decisão espiritual: “Se o teu olho é “singular” (ie; ἁπλοῦς, sincero, com foco),” Yeshua (Baruch shemô) ensinou, “todo o seu corpo será cheio de luz” (Mateus 6:22).

Quando vemos, com sinceridade, nós contemplamos o esplendor de D-us brilhando dentro de nós, mesmo no meio dos nossos assuntos cotidianos. Uma alma agradecida está de acordo à Presença de D-us (רוח הקודש) nas pequenas coisas da vida, esses pequenos milagres e glórias que nos rodeiam. Os olhos em fé veem centenas de motivos para bendizer a D-us pelo dom precioso da vida.

Quase sempre as pessoas confundem moralidade com a religião, quando o Rei David (דוד המלך) clamou à Hashem: ‘Cria em mim um coração puro Ó D-us!’. Ele não usou a palavra hebraica Yatzar (יָצַר), o que significa ‘moldar’ ou ‘formar’ algo a partir de um material pré-existente (Gênesis 2:7), mas em vez disso ele usou a palavra Bará (בָּרָא), um verbo usado exclusivamente na Torá para se referir a criação direta de D-us de todo o cosmos (Genesis 1:1).
Em outras palavras, o Rei David (דוד המלך) entendeu que nenhuma quantidade de reforma ou religiosidade e ou moralismos seria suficiente para transformar seu coração (isto é; pensamentos, emoções e desejos), e, portanto, ele apelou para o poder de D-us, que por si só poderia criar yesh me’ayin, ‘do nada’ um novo coração.

A luz de tudo isto; qual é a verdadeira santidade prática?
Na Torá vemos que D-us instruiu 3 tipos de expressões de Santidade: isto é; ‘Espaço, o tempo e o ser humano’.

A santidade expressa no ‘Espaço’, isto é; o lugar do Serviço de Adoração. Exemplo: o Mishkan (Tabernáculo), e mais tarde o Beit HaMikadesh (Tempo) no espaço especialmente designado, ou seja o Monte Moriá, Jerusalém.
A santidade expressa no ‘Tempo’, isto é; os tempos apontados – Moadim (festas – Pessach, Shavuot, Yom Kipur e etc) e o Shabat (7º dia).
A santidade expressa no ‘Ser humano’, isto é; as relações interpessoais e pessoais através da justiça da Torá e suas Mitzvot.

São estes os caminhos da santidade, da separação do comum para o especial, do santo e do profano e assim por diante. A chamada vida santa é viver como alguém que pertence a D-us, e vive de acordo com a visão do Reino de D-us que é expresso através da Torá, que só pode ser adquirido através do conhecimento, estudo e dedicação.

A maioria das pessoas enfatizam padrões bíblicos de santidade, enfatizam altos padrões morais e moralismos, por outro lado alguns chamam isso de legalismo, e, infelizmente, às vezes, é legalismo. As raízes para a santidade pessoal e crescer na torá e praticar a justiça.

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