Leil Shimurim (לֵיל שִׁמֻּרִים) – Uma noite para ser guardada

Leil Shimurim (לֵיל שִׁמֻּרִים) – Uma noite para ser guardada

Leil Shimurim (לֵיל שִׁמֻּרִים) – Uma noite para ser guardada

‘No fim de 430 anos {de peregrinação e escravidão} em um dia só (ou seja, Nisan 15), todos os exércitos de Adonay (כל צבאות) saíram da terra do Egito’ (Êxodo 12:41).

Imediatamente depois de afirmar isso, a Torá refere-se à Páscoa (פסח) como leil shimurim (לֵיל שִׁמֻּרִים), ou seja, uma ‘noite para ser guardada’ (do verbo shamar, que significa ‘vigiar’ ou ‘ficar atento’). ‘Esta é uma noite que se deve guardar (leil shimurim) a Adonay… esta é a noite de Adonay, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas gerações.’ (Êxodo 12:42)

Uma vez que ‘esta noite’ – Hazé halailá (הַלַּיְלָה הַזֶּה) – era guardada por D-us desde que era o início para ser o momento da redenção (גאולה), Israel deve ‘guardar esta noite’ (isto é, manter uma vigília), por meio do Seder de Pessach (Êxodo 13:10; Deuteronômio 16:1). A festa da Páscoa recorda e celebra a fidelidade de D-us e do amor redentor…

Note que a frase leil shimurim literalmente significa ‘noite das vigílias’ (shimurim é plural), e, portanto, não se refere apenas a redenção (גאולה) original no Egito (ou seja, a Pessach), mas também se refere ao tempo da futura redenção no Messias (Midrash; Shemot Rabá 18). Isso explica por que esta noite é uma vigília para todas as gerações (Mateus 24:42).

No Talmud (Tratado Rosh Hashaná 11a) afirma ainda mais: ‘No mês de Nisan nossos antepassados foram salvos do Egito, e no mês de Nisan vamos ser salvos’. Nesse sentido, o mês de Nisan é chamado Chodesh hayeshuah (חדֶשׁ הַיְשׁוּעָה), ou seja, o ‘mês da salvação’, tanto em termos da libertação física do Egito, mas de maneira mais profunda em termos de salvação dada através do Messias…

Hashem é um D-us de ordem, e os tempos designados (מוֹעֲדִים) por Ele têm a intenção de revelar a verdade profética sobre vários aspectos. O Êxodo é talvez o evento mais fundamental da história judaica. Além de ser comemorado todos os anos durante a Páscoa (Êx 12:24-27; Num 9:2-3; Dt 16:1), é explicitamente mencionado no primeiro dos Dez Mandamentos; ‘Eu sou Adonay teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão’. (Êxodo 20:2), e liga-se ao Shabat… ‘Guardarás o dia de sábado… Recorda que foste escravo na terra do Egito, e que Adonay teu D-us te fez sair de lá…’ (Deuteronômio 5:12-15). As festas de Shavuot (Pentecostes) e Sukot (Tabernaculos) também estão ligadas a ela (ex- recordando a entrega da Torá no Monte Sinai e a última recordando o cuidado de D-us com a geração Êxodo que viajou do Egito para a Terra Prometida).

Na verdade, quase todos os mandamentos (מצוות) da Torá (incluindo as leis do Tabernáculo e do sistema sacrifical) podem ser rastreados até a história do Êxodo. Mais importante ainda, o Êxodo prefigura e exemplifica a obra da redenção dada através do Cordeiro de D-us.

A primeira ocorrência da palavra ‘Torá’ –“lei” (תורה) nas Escrituras se refere à fé e a obediente de Abraão (Genesis 26:5), e a segunda ocorrência refere-se à ‘Torá’ –“lei” da Páscoa: ‘Haverá uma só ‘Torá’ –“lei” (תּוֹרָה) para o nativo e para o estrangeiro que peregrina entre vós’ (Êxodo 12:49).

Há uma ligação entre estas duas ocorrências. Avraham (Abraão) viveu antes da época do Êxodo, é claro, e, portanto, ele obedeceu a Torá de D-us, seus mandamentos, juízos, e estatutos e os testemunhos, e a ‘“lei” da Páscoa’ por meio da Akeidá (o sacrifício de seu “unigênito” Isaque).
Apesar de oferecer seu filho, sobre o altar em Moriá, Abraão confiou em Hashem e foi creditado a ele tzedaká (justiça). A Obediência de Abraão revelou que fonte motora da Torá é que o ‘justo viverá pela sua emuná (fidelidade, fé)’ {וצדיק באמונתו יחיה} (Habacuque 2:4, Rom. 1:17).

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