O que é a Torá Oral?
O que é a Torá Oral?
No judaísmo acreditamos que, quando Moisés passou no Monte Sinai 40 dias e noites para escrever as palavras da Torá, D-us também lhe forneceu esclarecimentos adicionais que não foram explicitamente incorporados ao texto escrito.
Este comentário adicional e elucidações da Torá escrita são chamados de Torá oral ou Torah she’bal peh ( תּוֹרָה שֶׁבְּעַל פֶּה ) [ al peh, “pela boca”].
As palavras que Moisés realmente escreveu no Sefer Torá (ספר תורה) é chamado de Torah she’bichtav ( תורה שבכתב ).
De acordo com este ponto de vista, houve supostamente duas “Torahs” dadas a Moisés no Mt.Sinai: a Torá escrita e a Torá oral, e juntos elas são consideradas a revelação plena da Torá.
Maimônides, um filosofo, médico e rabino Espanhol da Idade Média e porta-voz do judaísmo, escreveu: “Para cada mandamento que HaKadosh Baruch HÚ (D-us) deu a Moshe Rabeinu, foi dado com o seu esclarecimento. Em primeiro lugar, disse-lhe o mandamento (escrito
Torá) e, em seguida, ele expôs sua explicação e conteúdo incluindo tudo o que está incluído na Torá” (comentário sobre a Mishná).
Esta idéia é explicada no verso de abertura do Tratado Talmúdico chamado Pirke Avot (Ética dos pais):
“Moises recebeu a Torá de Sinai e transmitiu para Josué. Josué para os mais Anciãos. Os anciãos aos profetas. e os profetas para os homens da Grande Assembléia. Eles disseram que três coisas: sejam coretos em vossos julgamentos, façam muitos discípulos e façam uma cerca em volta da Torá.” Pirkei Avot 1:1
A Torá Oral era para ser originalmente transmitida boca a boca. Foi passada de professor para aluno de tal maneira que se o estudante tivesse quaisquer dúvidas ele poderia perguntar e assim evitar ambiguidade. Um texto escrito, no entanto, não importa o quanto seja perfeito, está sempre sujeito à má interpretação.
Além disso, a Torá Oral deveria cobrir a infinidade de casos em que poderiam surgir no decorrer do tempo. Ela poderia jamais ter sido escrita por inteiro. D’us, portanto, entregou a Moises um conjunto de leis que a Torá poderia aplicar a todo caso possível. [Kaplan, 9:8-9]
Os antigos sábios judeus
Os antigos sábios têm suas raízes do tempo antes do retorno dos exilados da Babilônia, depois da destruição do primeiro Templo.
Esdras o escriba e os homens da Grande Assembléia – Keneset HaGedolá – ( כְּנֶסֶת הַגְּדוֹלָה ) foram os precursores de ambos do Sinédrio e dos Fariseus -(cerca de 536 AC–70 DC).
Os Saduceus (Tzadukim) eram uma seita helenizada do judaísmo que floresceu até a destruição do século II – AC ate o segundo Templo no ano 70 DC.
Os sábios da tradição judaica também incluem os Zugot (142-40 AC.), cinco “pares” de líderes, que estabeleceram as Escolas e eram instrumentos nas atividades do Sinédrio. Os Zugot sempre foram à cabeça do Sinédrio – um Presidente (Nasi) e os outros como vice-presidente ou lideres do Tribunal de Justiça.
O último par de Zugot foram os Rabinos Hillel e Shamai durante o tempo do Rei Herodes, o Grande (c. 74-4 AC.).
A mudança no judaísmo Pós-Templo
É importante entender que a destruição do Segundo Templo em 70 DC. Causou uma revolução catastrófica para o povo judeu e para o Judaísmo.
Como poderiam os sábios Rabinos compreender o judaísmo e sua prática e fé além dos rituais dos sacrifícios oferecidos pelos Sacerdotes no Templo?
Com o Templo destruído, quem seria a autoridade religiosa para o povo judeu?
O Rabino Yohanan ben Zakai (um ex-aluno de Hillel) deixou Jerusalém após o Templo ser destruído e fundou um novo centro de ensino judaico na cidade de Yavneh. O Conselho de Yavné (70-90 D/C) posteriormente “reinventou” o judaísmo
Por exemplo;
1- Decretando que os Rituais e os Sacrifícios oferecidos no Templo poderiam ser substituídos pela oração e pelos bons atos (Mitzvot).
2- Rejeitaram a tradução da Septuaginta (Grega) das Escrituras Sagradas e instituíram o cânon das escrituras hebraicas.
3- Adicionaram a chamada Birkat HaMinim para as orações diárias nas sinagogas {esta “bênção” era uma maldição para ser recitada sobre os Minim (Hereges), entendido principalmente como os judeus do Caminho ou seja messiânicos – Crentes na Messiânidade de Yeshua – Jesus}.
O Resultado de tudo isso foi que o Judaísmo “desta escola” iria se tornar o guia do sistema religioso do judaísmo pós-Diáspora.
Os Discípulos do Rabino Yohanan ben Zakai incluíam o famoso Rabino Akiva (c. 50-135 DC, um defensor do falso Messias Shimon Bar Kochbá) e o Rabino Judá haNasi (“O Príncipe”), que se tornou o editor chefe da Mishná (c. 200 DC.) – uma coleção de interpretações anteriores dos Antigos Sábios Judeus (incluindo da “casa de Hillel” e da “casa de Shamai” do período farisaico).

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