o significado mais profundo Do ‘batismo’

o significado mais profundo Do ‘batismo’

O filósofo Heráclito de Éfeso (século 6 a/C) sintetizou a “fluidez da vida” pela famosa frase: panta rhei (Πάντα ε); ‘Tudo flui’.” Você não pode pisar no mesmo rio duas vezes, disse ele, porque ele já passou.
 
A experiência crua e a ciência moderna revela um mundo que é finito, que flui e está em constante “movimento” – como um rio misterioso – enquanto a razão reflexiva discerne uma ordem subjacente que é eterna, atemporal, racional e estável.
 
Este é o paradoxo da mudança, ou o problema filosófico de como algo pode tanto mudar e ainda ser a mesma coisa.
Por exemplo, você considera-se como a mesma pessoa que era quando você era uma criança, e ainda assim seu corpo físico mudou muito e, de fato, as células do seu corpo ciclicamente morrem ao longo do tempo. E você continua a mesma, apesar das várias mudanças de seu passado?
Heráclito observou que, embora a vida fosse marcada pela mudança constante, há um princípio de razão chamada O logos (ΛΟΓΟΣ) que serve para unificar a experiência e que mantém todas as coisas juntas.
A separação dualista do real a partir do ideal mais tarde foi incorporada à teoria de Platão sobre “formas” (εδος) e a teoria de Aristóteles dos universais…
 
As pessoas sempre temem a mudança subconscientemente ou consciente, porque tanto representa o desconhecido por trás da mudança, ou porque representa decadência, dissolução, morte, retorno ou não e etc.
No Filme ‘Neblinas e Sombras (Wood Allan)’, as observações da personagem principal Kleinman sobre uma mudança repentina no tempo, dá à voz a observação de Heráclito: “Tudo está sempre em movimento o tempo todo. Tudo está em constante mudança – por isso não é de admirar que eu esteja enjoado…”.
 
Algumas pessoas experimentam ansiedade e angustia porque se sentem impotentes diante da mudança, pois nós tentamos duramente “compensar”, manter o que não pode ser mantido. Mas “todos os desejos deste mundo são como raios de luz; tentamos pegá-los em nossas mãos apenas para descobrir que não há nada em nosso alcance”.
No entanto, o coração quer que a vida seja real e ainda imutavelmente e ideal, e a alma anseia por relacionamentos amorosos que não serão afogados ou esquecidos pelo fluxo inevitável do tempo.
 
À luz deste conflito interno profundo, a questão existencial que devemos enfrentar é saber se vamos “de acordo”… para deixar ir e confiar no fluxo da vida, ou se vamos protestar, exigindo nosso “céu pessoal” no aqui e agora. Será que vamos aceitar a vida em termos da vida, ou por conta própria?
Entregar-se” ao fluxo da vida é para honrar a vontade do Avinu SheBaShamayim (O Eterno) para nós, para soltar e livrar o nosso medo (ou seja, o nosso desejo de segurança temporal, não estou falando aqui de; “deixa a vida me levar”), confiando em Seu Plano soberano para toda a vida.
Nós superamos a ansiedade e a angustia, confiando que D-us está no “meio do nosso redemoinho” e que ELE supervisiona pessoalmente todos os detalhes da história de acordo com seus bons propósitos e perfeitos decretos – Hashgachah pratit (Romanos 8:28).
 
Temos que olhar primeiro para O Eterno (יהוה) para ver o finito, devemos olhar para o alto, antes de olhar para baixo. Só D-us (אלוהים) pode dar-nos a passagem segura através da transitoriedade sombria e ameaçadora deste mundo caído.
 
Ao contemplar a eternidade, imutabilidade, e o Poder de D-us (אלוהים), percebemos a maravilha e a santidade do nosso curto tempo aqui. O Eterno (יהוה) é nosso refúgio, nossa ‘morada’ (מָעוֹן), em todas as gerações (בְּדר וָדר), e isso significa que na atual geração, bem como, do outro lado das aparências fugazes deste mundo. Em Adonay (יהוה) vivemos e morremos e existimos…
Quando oramos a D-us como Avinu SheBaShamayim, ‘Nosso Pai Celestial’, (אבינו שבשמים) estamos chamando a Um (שֶׁ), que se encontra (בּ) no meio das águas (שָׁמָיִם) da vida.
 
אֲדנָי מָעוֹן אַתָּה הָיִיתָ לָּנוּ בְּדר וָדר
Ó Senhor, tu tens sido a nossa morada de geração em geração”.
(Salmo 90:1)
 
 
 
 
O Senhor Yeshua (ישוע אדונינו) falou das “águas vivas, ou correntes” (מַיִם חַיִּים), ou um fluxo interno que iria brotar até dentro da nossa alma (נשמה) através da manifestação do Espírito de Vida, ou seja, O Espírito de D-us (מרוח הקודש): “Quem confia em mim, como diz as Escrituras:” Do seu âmago correrão rios de água correntes” (João 7:38 {provérbios 18:4, Isaias 44:3, 58:11, 43:19, Ezequiel 47:1-2, Joel 4:18, Cantares 4:15).
A imagem de que a vida do fiel (חסיד, חסידים) é como um rio que flui, também é encontrada no livro do Apocalipse (הספר התגלות), onde ‘O rio da água da vida’ (נהר של מים החיים) flui através do trono de D-us para nutrir A Árvore da Vida (עֵץ חַיִּים) em meio ao jardim de D-us (Ap 22:1-2).
 
O salmista diz (Salmo 118:17): ‘Não vou morrer, mas viver’. (לא אמות כי אחיה) O Rabino Yitzchak de Vorki (1779-1848 Polônia) disse; “a fim de viver realmente você deve dar a si mesmo a morte, mas quando você tiver feito isso, você descobre que não é para morrer, mas para viver”. “Dar-se à morte” aqui significa render-se a vontade de D-us, ‘aceitando O jugo dos céus’ – kabalat ol malchut shamayim, (קבלת עול מלכות שמים) e confiando em seu ‘fluxo’ governamental sobre toda a criação do Universo ou ‘Universos’.
 
Este é o significado mais profundo Do ‘batismo’, ou seja, Da Mikvê (המקווה), quando estamos imersos nos cuidados de D-us para nossa vida. Ou seja, kabalat ol malchut shamayim, (קבלת עול מלכות שמים) aceitando o jugo do Reino dos Céus.

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