Vocês devem ser íntegros (Tamim) com Adonay teu D-us:
תָּמִים תִּהְיֶה עִם יְהוָה אֱלהֶיךָ
Tamim tiheié im Eloheichá Adonay
(Deuteronômio 18:13).
No Sefer Torá (isto é, os Rolos de Torá), a primeira letra da palavra Tamim (integro – perfeito) é escrita com uma letra ‘extra grande’ no fim para enfatizar a importância da palavra.
Observe também a pequena palavra ‘com’ (עִם) que se segue neste versículo. Isto aponta para Miquéias 6:8: ‘o que é bom e o que Adonay exige: pratique a justiça (Mishpat), ame a graça (Chesed) e ande humildemente (Hatznea lechet) com o seu D-us. (Miquéias 6:8)
Humildade começa com a consciência de que:
1º) há um e Um só D-us.
2º) e você não é ELE….
Isto é a prática de ‘saber diante de quem você está’ e viveremos a nossa vida à luz da verdade fundamental.
A palavra hebraica Tamim (תָּמִים) significa ‘Perfeito’, ‘sem defeitos’, ‘concluído’. (Tamim é o plural de Tam). Por exemplo; Tamim é usada para descrever a conclusão dos anos (Genesis 47:18); para os sacrifícios de animais sem defeito (Levitico 22:21-22); inteiro (Ezequiel 15:5); discurso integro (Amos 05:10); termino de projetos (1º Reis 06:22); e assim por diante.
Em nosso relacionamento com D-us, Tamim significa ser ‘inteiro’ no sentido de ser sincero, integro e ‘totalmente empenhado’, com D-us neste mundo.
וְיַעֲקב אִישׁ תָּם
Ve’Yaákov ish tam
e sendo Jacó um homem sem defeito (integro)
Genesis 25:27
O Salmo 119 começa assim: ‘Felizes são aqueles cujos caminhos são íntegros (Tamim), que andam na Torá de Adonay. ’
אַשְׁרֵי תְמִימֵי־דָרֶךְ הַהלְכִים בְּתוֹרַת יהוה
Ashrei temimei darech, haholechim be’torat Adonay
(Salmo 119:1)
Aqui vemos que; ‘caminhando na Torá do S-nhor (Torat b’Adonay – בְּתוֹרַת יהוה) é o meio pelo qual somos capazes de andar humildemente com D-us.
O estudo e, em seguida, a prática da Torá, ajuda-nos a nos tornar Tamim: íntegros, inteiros e empenhados em D-us. Andando na verdade de D-us também nos faz feliz – Ashrei (ou seja, Me’ushar: מְאֻשָּׁר que vem do verbo hebraico que significa ‘andar adiante’).
Enquanto nós andamos na verdade de D-us, nós começamos a experimentar uma paz interior e um senso de alegria constante… (isto não significa que não teremos aflições ou contratempos)
As Escrituras nos ensinam que uma ‘pessoa indecisa’ é instável em todos os seus caminhos (Tiago 1:8). A palavra grega traduzida para ‘indecisa’ é dipsuchos (Δίψυχος), uma palavra formada do δίς, ‘dupla’ e ψυχή, ‘alma’.
A palavra grega descreve a condição espiritual de ter “duas almas” que ambas querem coisas diferentes ao mesmo tempo.
É, portanto, um estado de contradição interna, de ter duas mentes separadas segurando pensamentos contraditórios. – ‘Por quanto tempo vocês irão mancando entre duas opiniões?’ (1º reis 18:21) – Observe que a palavra traduzida ‘mancando’ é a palavra hebraica Posechim (פּסְחִים), da mesma raiz da palavra Pessach (i.e., pasach: פָּסַח): ou seja; Quanto tempo nós vamos passar de uma coisa para outra? Quanto tempo nós vamos jogar “panos quentes” com nossos compromissos?
Ter uma mente indecisa nos faz ‘instável em todos os nossos caminhos’. A palavra grega usada para descrever sendo ‘instável’ (ἀκατάστατος) é a mesma palavra usada para traduzir ‘sendo arremessado e a chacoalhado por uma tempestade’.
Tipo em Isaias 54:11 (LXX)- A imagem de um navio sendo chacoalhado nas ondas do mar, um estado de aflição e perigo, sem conforto.
Curiosamente, a descrição do ser ‘não confortado’ em hebraico é lo nuchamah (לא נֻחָמָה), que vem da própria palavra traduzida como “em remorso” ou “lamentar” (nacham).
“Quando estamos com “duplo espírito”, nós somos “chacoalhados na tempestade” e não é possível experimentar o conforto que vem do verdadeiro arrependimento. Nós somos como ‘uma onda do mar que é movida e jogada pelo vento pra qualquer lugar’- (Tiago 1:6).
Por outro lado, a unicidade da visão concentra a vontade e produz ‘totalidade no coração’, convicção, estabilidade, paz interior (Shalom) e o caráter genuíno. – Tenho posto Adonay continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado. (Salmo 16:8).
שׂויתי יהוה לנגדי תמיד
Shviti Adonay Le’neg’di Tamid
Tenho posto Adonay continuamente diante de mim
(Salmo 16:8).
Alguém poderia perguntar: como parar de ter uma ‘mente inconstante’? Esta é a essência do problema, não é? Como podemos parar de “duas mentes”, enfrentando essa ambivalência de ambos querendo e não querendo algo?
Em outras palavras, como nós arrepender – tanto no sentido de “mudar nossa maneira de pensar” (metanoia) e no sentido da pratica de ir voltando para D-us (Teshuvá)? Como podemos encontrar essa unicidade de coração que “deseja uma coisa só”?
O antídoto para uma “mente inconstante” consta explicitamente nas Escrituras: ‘aproxime-se de D-us e ELE irá aproximar-se você (ἐγγίσατε Τῷ θεῷ καὶ ἐγγιεῖ ὑμῖν)… ’ (Tiago 4:8).
Observe que o verbo usado nesse versículo (achegar-se!) significa chegar perto o suficiente para tocar alguém ou algo. Compreendendo nesta luz. Somos encorajados a chegar tão perto de D-us que somos capazes de “tocar-lo” – e ser tocado por ELE também. Chegar perto de D-us é a maneira que D-us chegara próximo de você…
Em termos práticos, aqui estão algumas coisas específicas que podemos fazer para “chegarmos próximo de D-us”.
Primeiro nós podemos simplesmente rezar (orar, como queira) e fervorosamente clamar a D-us para obter ajuda. D-us não é indiferente ao nosso sofrimento e prometeu dar-nos seu Santo Espírito para nos ajudar.
Mas a verdadeira oração exige honestidade e confissão (ὁμολογία), concordando com a verdade sobre o que significa sua condição. Isso significa, entre outras coisas, identificar os seus erros.
Na verdade, a palavra homologeo (ὁμολογέω) significa literalmente ‘dizer a mesma coisa’ – a partir de Ὁμός (mesma) e λόγος (palavra).
Há pouca utilidade tentando fingir diante de D-us ou racionalizar sua própria inconstância diante DEle. D-us sabe a condição do nosso coração!
Em segundo lugar, nós vigorosamente devemos desafiar idéias que tentam seduzir-nos para longe da verdade e assim dividir nossos afetos.
Temos de aprender a levar “cativo todo pensamento” para o Messias e estar em guarda para as apelações sutis comprometedoras (2º Coríntios 10:5).
Se nós nos encontramos um estado de duvida recorrente, temos de examinar as subjacentes suposições que estão disseminando no nosso pensamento.
Se nós formos mais fundo no nosso coração, nós ficaremos susceptíveis de descobrir que duvidamos que D-us cuida de nós ou que nós estamos com medo de que D-us não atenderá às nossas necessidades.
Devemos, portanto ir contra tais suposições e revelar a verdade pra nós mesmos. E isso significa regularmente estudar as Escrituras Sagradas para nos lembrarmos sobre o que é real em vez do que é ilusório.
Podemos então aprender a olhar a vida como ela realmente é – um ‘vale da decisão’, um corredor que irresistivelmente leva ao mundo que virá (Olam HaBá – Milênio e Eternidade).
Cada alma é uma viagem para se encontrar com O ETERNO… para O Julgamento… D-us não nos deixa ou deixará desconsolados ou desamparados. ELE prometeu para nunca deixará nem abandonará aqueles que confiam NEle.
Em terceiro lugar, praticamos a nossa fé (ou seja, fidelidade) ao praticar o estudo da Torá, observar e guardar oShabat (e as outras Festas apontadas por D-us), desfrutar comunhão com outros crentes, fazer Tzedaká(caridade – justiça)… Ensinar as Mitzvot (mandamentos) pra outras pessoas e etc.
Estas são as Mitzvot (mandamentos) de nossas vidas, as “obras de amor” (João 15:12). Nossa fé não é “viagem de cabeça” ou um exercício intelectual:
Sobre três coisas o Universo é fundado: ‘Sobre o estudo da Torá e a adoração a D-us e em atos de bondade. ’
Em última análise, ‘ A salvação é do S-nhor’ e o quebrantamento do coração é um dom de D-us para nós…
‘Felizes os pobres (πτωχός) em espírito’. Esta palavra ilustra alguém agachado como um mendigo impotente, totalmente dependente de D-us para obter ajuda.
Se você está lutando, peça a D-us para ajudá-lo a você desistir da “doença do seu coração” e entregá-la para ELE… É o que ELE faz, não você em si, o que salva…
Só D-us verdadeiramente muda o coração de uma pessoa. O arrependimento é um milagre dos céus dado a nós, pessoalmente…
Sê o primeiro